[vc_row][vc_column][vc_column_text]Barbacena: Dezembro de 1907.
Com um capital inicial constituído pela ordem de 120:000$000 (Centro e Vinte Contos de Réis), em prestações de 25%, fundou-se a Sociedade Companhia Fiação e Tecelagem Barbacenense.
O Jornalista Carlos Benjamin Gonçalves recebeu, semanas depois, em seu escritório, um dos funcionários do Sr. Frederico Abranches. O moço entregou ao proprietário do Cidade de Barbacena um envelope contendo um edital para publicação:
Companhia Fiação e Tecelagem Barbacenense
Faz se público que até 28 do corrente, recebem-se no escriptorio d’esta Companhia, propostas para construcção do prédio destinado à Fábrica de Tecidos. No escriptorio provisório à casa do Director Frederico Abranches, acha-se a disposição dos pretendentes, a planta, a relação das madeiras e qualidade, bem como dos demais materiaes.
Os Srs. Pretendentes deverão apresentar suas propostas em carta fechada, indicando fiador idoneo, as condições de pagamento, o praso em que deverão dar o serviço por terminado, ficando tudo sujeito ao exame e apreciação d’esta Directoria e do Conselho Fiscal.
Barbacena, 13 de fevereiro de 1908
Frederico Abranches, Gerente
Bernardino de Senna Figueiredo, Presidente.
As obras de construção do prédio da empresa tiveram início naquele mesmo ano e término em fevereiro de 1909. A inauguração da fábrica ocorreu em 1910. Durante o período de 1908 a 1910 ocupou-se a diretoria da empresa com a construção do galpão da fábrica e da compra do maquinário adquirido na Inglaterra. A fábrica, movida a eletricidade funcionaria, inicialmente, com 50 teares e teria anexa uma tinturaria.
O terreno escolhido para a construção da empresa foi aquele anteriormente adquirido pelo Comendador Francisco de Paula Mayrink, em 1890, com a mesma intenção de ali também construir uma fábrica têxtil, uma área plana, localizada num bairro novo de Barbacena, próximo ao antigo observatório astronômico da cidade, o futuro bairro de São José, local em que o empreendimento prosperou e, depois, funcionou por muitas décadas a Cia. Têxtil Ferreira Guimarães.
A área construída para atender à planta industrial previu a instalação de 100 teares. Em 1910, a empresa conseguiu adquirir maquinário de fiação com capacidade para atender 70 teares, 50 teares para a fabricação de panos lisos e trançados, de um tear para enfestado e de um para toalhas; além de máquinas para medição e enfardamento, acessórios, utensílios e ferramental.
A primeira fábrica têxtil de Barbacena, originalmente constituída por uma sociedade majoritariamente composta por barbacenenses, funcionou com dificuldades técnicas e financeiras até 1921 quando foi vendida para um grupo de acionistas ingleses que assumiram a sua direção e, posteriormente, a vendeu para a Companhia Têxtil Ferreira Guimarães, mas, esta, é outra história que vamos contar no próximo capítulo.
NOTA DA REDAÇÃO: Silvério Ribeiro é Pesquisador e Escritor. Membro da Academia Barbacenense de Letras.
Fontes:
Jornais:
Cidade de Barbacena, Edição de 15 de fevereiro de 1908, pág.1
Cidade de Barbacena, Edição de 9 de março de 1911, pág.1
Cidade de Barbacena, Edição de 28 de setembro de 1911, pág. 1
Cidade de Barbacena, Edição de 14 de julho de 1919, nº 1507, pág.1 . Artigo Intitulado: Companhia Fiação e Tecelagem Barbacenense – Relatório de sua Directoria.
Livro:
RIBEIRO, José Silvério. História Econômica do Município de Barbacena. 2012. Editora Cidade de Barbacena, págs. 99 a 135.
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