Demagogos ou psicopatas?

A crônica de Francisco Santana

Nesses dias de CPI, me lembrei do termo “demagogia”, palavra de origem grega que significa “arte ou poder de conduzir o povo.” “É uma forma de atuação política na qual existe um claro interesse em manipular ou agradar a massa popular, incluindo promessas que muito provavelmente não serão realizadas, visando apenas à conquista do poder político e ou outras vantagens correlacionadas. É a estratégia de condução político-ideológica, valendo-se da utilização de argumentos apelativos, emocionais ou irracionais, em vez de argumentos racionais para proveito próprio. O filósofo Platão foi um dos primeiros a usar a palavra demagogia em um sentido pejorativo. Nesse caso, ele reivindicou o uso do termo para conceituar aqueles animais que julgavam como bom tudo aquilo que os agradava e ruim tudo que ia contra seus interesses. A partir dessa idéia, podemos concluir que a demagogia busca formas diversas para convencer a sociedade de que certas ações são benéficas, mesmo quando as possíveis conseqüências do ato possam indicar justamente o contrário”.

“Os psicopatas em geral são indivíduos frios, calculistas, inescrupulosos, dissimulados, mentirosos, sedutores e que visam apenas o próprio benefício. Eles são incapazes de estabelecer vínculos afetivos ou de se colocar no lugar do outro. São indivíduos que podem ser encontrados em qualquer raça, cultura, sociedade, credo, sexualidade ou nível financeiro. Estão infiltrados em todos os meios sociais e profissionais, camuflados de executivos bem sucedidos, líderes religiosos, trabalhadores, pais e mães de família, políticos e etc. Em casos extremos, os psicopatas matam a sangue frio, com requintes de crueldade, sem medo e sem arrependimento. Porém, o que a sociedade desconhece é que os psicopatas, em sua grande maioria, não são assassinos e vivem como se fossem pessoas comuns”. (Ana Beatriz Barbosa Silva, Psiquiatra, autora do livro “Mentes perigosas, o psicopata mora ao lado). 

Nunca tive dúvidas de que muitos políticos possuem no seu âmago uma grande dose das características da demagogia e psicopatia. Inocentes somos nós que sempre os apoiamos mesmo sabendo de suas promessas vãs e neuras. Particularmente cometo esse erro há tempos. Passei a muitos vereadores, prefeitos, governadores, deputados estaduais, federais, senadores e presidentes da república uma procuração para me representar e para nos administrar com sabedoria e equidade. Cometi o mesmo erro várias vezes até que ele se transformou numa escolha. Errar faz parte do nosso aprendizado e eu nunca aprendi com ele.  

Confiei e me iludi com a maioria dos políticos. A gente não conhece ninguém. Poderes e egos nos mostram um tímido perfil do que o ser humano é capaz de fazer. Há mentes doentes que se escondem por trás de máscaras de cidadãos honrados, exemplares sempre prontas para ataques insanos capazes de atentar contra a integridade física, de ferir e até de matar. Há muitos demagogos travestidos de psicopatas. Muitas características são comuns a ambos. Uma ajuda psicológica poderia evitar grandes tragédias. Se para ser político, fosse exigido um teste psicológico muitos deles seriam eliminados e nas próximas eleições muitos pensariam duas vezes antes de se candidatarem. 

O mundo passa por uma letal pandemia provocada pela ação do coronavírus que já matou milhões de seres humanos em todo o mundo. O Brasil contribuiu para essa estatística com mais de 500 mil. Em toda mente paira uma pergunta: “de quem é a culpa?” Eu pergunto: “os culpados são demagogos ou psicopatas?” Se não descobrirmos, eles continuarão agindo. Sabem o porquê? Eles não mudam, é da natureza deles. 

A conhecida parábola do escorpião ilustra com propriedade o momento em que estamos vivendo de maneira mais plena e consciente.

O escorpião aproximou-se do sapo que estava à beira do rio. Como não sabia nadar, pediu carona para chegar à outra margem. 

Desconfiado, o sapo respondeu: “ora, escorpião, só se eu fosse tolo demais! Você é traiçoeiro, vai me picar, soltar o veneno e eu vou morrer.”

Mesmo assim, o escorpião insistiu, com o argumento lógico de que se picasse o sapo ambos morreriam. Com promessas de que poderia ficar tranquilo, o sapo cedeu, acomodou o escorpião em suas costas e começou a nadar. 

Ao fim da travessia, o escorpião cravou o seu ferrão mortal no sapo e saltou ileso em terra firme.

Atingido pelo veneno e já começando a afundar, o sapo desesperado quis saber o porquê de tamanha crueldade. E o escorpião respondeu friamente:

– Porque essa é a minha natureza!

Que saibamos identificar os sapos e os escorpiões em nossa sociedade. Cabe a cada um de nós ter a perspicácia de identificá-los ou de se identificar com esses tipos de personalidade.

(Fontes: Internet/Wikipédia/Livro Mentes Perigosas de Ana Beatriz Barbosa Silva).

 

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