O fantástico e fanático mundo

Márcio Nogueira de Paiva

Como já descrevi nosso Sistema Solar como lindo, acho que ele é maravilhoso. Mas, cada ser terrestre ou não tem suas características peculiares. Minha (nossa) expedição não teve tempo suficiente para estudar todos os povos detalhadamente. Aliás, nossa missão primeira era descobrir se havia vida fora da Terra, o que foi facilmente identificado, pois eles nos descobriram a centenas ou milênios de anos (como acham que as pirâmides do Egito e os monumentos Maias, Incas e Astecas existem?). Alguns deles até brincaram conosco dizendo: “Vocês demoraram a chegar, hein?” Segunda missão era sobre a composição das atmosferas, geologias, geografias, bacias hidrográficas e por aí vai. Visitamos vários planetas e algumas estrelas. E olhem que foram cinco anos de acordo com o calendário terrestre (cinco anos, um mês e vinte dias). Então sobrou pouco tempo para tentarmos analisar o aspecto mental destes seres.

Já que isto aconteceu, não me resta hoje tentar analisar o que acontece com os seres daqui. Lá vem uma pessoa que acha que escreve bem tentando filosofar (sem nunca ter assistido uma aula sequer de Filosofia) e analisar alguma coisa, seja ela o que for (também sem nunca ter formação em Psicologia ou Psiquiatria). Bom, sinceramente, esta última área todos nós, barbacenenses, temos bastante conhecimento, haja vista tantos doidos que encontramos aqui. Todos vindos de fora, como eu, que prezo muito em dizer que sou de Rio Espera. Mencionei minha terra natal aqui tantas vezes que o leitor já deve estar cansado disso. Mas ninguém pode esquecer-se que Roberto Carlos, o cantor, é de Cachoeiro do Itapemirim-ES, o jogador de futebol seu xará é de Garça-SP, Ronaldo Fenômeno é do Rio de Janeiro-RJ e assim vai.

Porém meu texto é para tratar de uma coisa que deveria acontecer e outra que não deveria existir: o Mundo poderia e deveria ser fantástico, fraterno, meigo, tenro, amoroso e todos os adjetivos bons que conhecemos. Mas não é. Temos muitos exemplos de pessoas que doaram a vida para o bem ou viveram fazendo-o: Betinho, Chico Xavier, Irmã Dulce e Madre Teresa de Calcutá são algumas. Quem me dera ter um milionésimo desprendimento deles todos juntos.

Mas a grande verdade é que o Mundo sempre viveu e vive com medo e somos fanáticos por tantas coisas banais, esquecendo-nos que vivemos em sociedade. Matamos através de fofocas, torcidas “desorganizadas” de times de futebol, brigas ou incidentes em bares e boates, no trânsito, no confronto entre traficantes, milicianos e a nossa força policial legalmente constituída, por religião. Todo tipo de morte violenta é estarrecedora. Penso que esta última seja uma das piores, porque se mata em nome de Deus. Citei aqui nomes de pessoas contemporâneas, sem falar em nomes contidos na Bíblia, porque não escrevo para católicos, evangélicos, budistas, espíritas, muçulmanos ou ateus. Respeito a todos. Sem querer entrar nas causas e no mérito da questão, fico chocado com notícias como as reportadas atualmente sobre os conflitos e guerras no Oriente Médio e na Ucrânia, sem nos esquecermos dos povos africanos que travam diversas disputas territoriais; golpes de estados, gerando crises políticas; rivalidades tribais, motivadas por questões étnicas ou religiosas; disputas por recursos minerais.

Causa-me repúdio falta de amor ao próximo e os tipos de morte acima, incluindo e destacando a fome.

Para finalizar, deixo uma frase de Albert Einstein para refletirmos e também a colocarmos em prática:          “O mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que fazem o mal, mas sim por causa daqueles que observam e deixam o mal acontecer.”

Porém, como eu já contradisse Nélson Rodrigues, modestamente gostaria de acrescentar apenas uma palavra na frase acima: “… perigoso de se viver, não SÓ por causa daqueles que fazem o mal”…

Márcio Nogueira de Paiva – Barbacena-MG, 20 de Abril de 2024.

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