Zoológicos, Aquários e criadouros: são positivos ou negativos para a conservação da Natureza?

Por Camila Almeida Rocha, membro do Laboratório da Casa da Ciência e da Cultura de Barbacena e do Centro de Estudos em Ecologia Urbana do IFET Barbacena; e Delton Mendes Francelino, Diretor da Casa da Ciência e da Cultura, Coordenador do Centro de Estudos em Ecologia Urbana do IFET Barbacena.

É comum pensarmos que todo zoológico, aquário ou criadouro são ruins para os animais. Esse pensamento faz sentido diante do que fomos ensinados desde a nossa infância, sobretudo também nos recentes anos, onde aprendemos que mantê-los em cativeiro é ruim. Mas isso pode ou não ser fato. Partindo do ponto de que o que determina se um criatório é bom ou não, depende de diversos aspectos, como cuidado com o manejo e a manutenção do ambiente, com limpeza e alimentação adequadas, favorecendo qualidade de vida e bem estar. É necessário citar também que há exceções para esses criadouros. Os recintos devem ser extremamente adequados para cada espécie que for ser mantida, sendo elaborado de acordo com o seu tamanho e necessidade de espaço; estes animais devem ser adquiridos por meios legais ou através de instituições governamentais, como o IBAMA.

Para mudar um pouco esse pensamento, basta levar em consideração que esses tipos de instituições, podem fornecer/serem um importante acervo genético. O que nos permite então, ter alguns exemplares de determinadas espécies a fim de que, caso futuramente haja um declínio no número de indivíduos ou até a extinção de espécies, seja possível realizar cruzamentos, aumentando o número de indivíduos de forma significativa até que possam ser reinseridos na natureza. Esse foi o caso das oito Ararinha-azul (Cyanopsitta spixii), que foram reinseridas na natureza cerca de 20 anos depois de sua extinção em meios naturais. Essa reinserção só foi capaz porque havia cerca de 50 aves em um criadouro na Alemanha, que foram enviadas para o Brasil em 2020.

Contudo, é importante ressaltar que: animais em recintos pouco adequados ao seu tamanho e às suas necessidades poderão trazer danos severos à vida e ao bem estar, podendo haver mudanças significativas em seu comportamento acarretado pelo estresse excessivo. Isso pode facilmente ser notado em alguns indivíduos que estão sendo expostos em alguns aquários pelo mundo. Como exemplo podemos citar o caso de algumas Orcas (Orcinus orca), que são mamíferos da família dos golfinhos, que estavam sendo expostas como atrações em parques. Estas, após serem capturadas na natureza, recebiam treinamentos de saltos, para as apresentações. Porém, quando elas não “obedeciam”, eram castigadas. Os treinadores as colocavam em tanques menores do que necessitam e as deixavam também sem refeição. A partir disso, uma dessas orcas acabou “atacando” uma treinadora, no caso do Sea World. A puxou pelo pé na borda da piscina e a arrastou várias vezes para o fundo da mesma. Ela não sobreviveu.

Este é apenas um dos muitos casos que já foram relatados. Infelizmente, graças a este comportamento ocasionado pelo estresse em cativeiro, a população desenvolveu uma imagem e referência negativas em relação à espécie, se referindo a elas como “baleias assassinas”. Na verdade, sequer são baleias.

É necessário realizar a divulgação destas informações a fim de sensibilizar a população sobre o que acontece comumente, e também expor fatos buscando a diferenciação, e a desmistificação de pensamentos negativos a respeito destes ambientes, que buscam atuar principalmente como ferramenta para conservação.

Apoio Divulgação Científica: Samara Autopeças e Jornal Barbacena Online

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