Estamos no limiar de uma nova era?

Márcio Nogueira de Paiva

A humanidade está em constante mutação. Lavoisier, químico francês fundamental para a revolução química no século XVIII, além de ter grande influência na história da química e na história da biologia nos deixou a frase: “Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. E, fazendo parte da mesma, os seres humanos mudam de tempos em tempos. Mudam-se os pensamentos, costumes, leis, tradições, a cultura, a economia e as maneiras de enxergar o passado e projetar o futuro. Enfim, tudo se transforma.

Se assim não fosse ainda estaríamos vivendo em cavernas. Seríamos nômades e dependeríamos da caça e da coleta de frutos para sobrevivermos. Mas com o domínio do fogo, a invenção da roda e surgimento da escrita tivemos um avanço significativo. Diversos fatos marcaram as cinco eras como as conhecemos hoje, segundo consenso entre os historiadores, que são: Pré-história, Idade Antiga, Idade Média, Idade Moderna e Idade Contemporânea. Ocorreram as grandes navegações marítimas, com a chegada dos europeus às Américas e a comprovação de que a Terra é redonda. Duas Guerras Mundiais sucederam-se e logo depois a Guerra Fria, com a disputa entre capitalistas e socialistas. Armas atômicas foram usadas e o mundo se arma cada vez mais. Enquanto isso os meios de comunicação evoluíram muito rapidamente. Em 136 anos evoluímos do telégrafo, passando por telefones fixos, telex e fax, aos primeiros celulares, que atualmente são computares que estão na palma de nossas mãos e carregamos no bolso. Os primeiros computadores surgem entre 1943 e 1946 (uma evolução de 81 anos até hoje). O primeiro PC lançado em 1977 (evolução de 47 anos). Em 1995 a Internet chegou em nossas casas. Vejam como as evoluções tecnológicas vão se encurtando ao longo do tempo.

Mas hoje temos um grande problema a se resolver: o clima do planeta. Tempestades, furacões, secas e todo tipo de anomalias se alastram mundo afora: tudo fruto de nossas ações pós Revolução Industrial. “Carros voadores” estão sendo desenvolvidos. E agora o que podemos esperar da tão falada, discutida e disputada Inteligência Artificial (IA)? Grandes corporações mundiais como Microsoft, Alphabet (dona do Google), IBM, OpenAI (a criadora do popular ChatGPT), Anthropic e outras trabalham em vários projetos sobre o assunto. Muitos especialistas afirmam que a IA é a próxima fronteira da tecnologia, com potencial para transformar todas as áreas da sociedade. As gigantes Meta e OpenAI estão prestes a lançar novos modelos de IA capazes de ‘raciocinar’. Muitas críticas surgem e o medo de liberar algo perigoso na natureza está sendo o tormento de muitos membros da indústria tecnológica.

Os Governos já se mostram preocupados em regular a nova tecnologia. A União Europeia apresentou um projeto de lei em 2021, que avança aos poucos no Parlamento Europeu. O Reino Unido está recorrendo a seu órgão regulador, e na China as autoridades já exigiram que os sistemas de IA obedeçam a regras rígidas. No Brasil um projeto de lei que cria um marco regulatório de IA já foi apresentado no Senado. Joe Biden recentemente disse a um grupo de executivos: “O que vocês estão fazendo tem um enorme potencial e um enorme risco”.

As eras históricas não são fruto de apenas um acontecimento em si, mas de conjuntos estruturais interligados. Então a pergunta que deixo: estamos no limite de uma nova era ou já estamos vivendo-a há algum tempo? Os historiados futuros serão os intérpretes disso. Só não gostaria que daqui a vinte, trinta ou mais anos filmes como “O Exterminador do Futuro” e outros semelhantes sejam realidade.

Que as máquinas jamais superem o homem.

 

Márcio Nogueira de Paiva – Barbacena-MG, 04 de maio de 2024

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