Saúde propõe campanha para conscientizar população de Barbacena

Uma camisa. Mas não uma simples camisa. Uma campanha que pode ser visualizada nesta camisa de cor preta com um recado a toda a população, na frente os dizeres “Enfrentando a Covid”. E nas costas, “Estou na linha de frente, sou (profissão), e você?”. Cada pessoa interessada deve arcar com o valor de sua própria camisa e indicar também qual a sua profissão. O modo de comercialização ainda será definido.

Segundo a Secretária Municipal de Saúde de Barbacena, Marcilene Dornelas, a ideia da campanha estampada na camisa surgiu depois de um fim de semana em que surgiram dezenas de reclamações e denúncias de aglomerações, festas, churrascos e encontros de pessoas pelas ruas. Assim, na tarde desta terça-feira (23), aconteceu uma reunião com vários segmentos da sociedade para alinhar uma forma de atuação para endurecer as medidas de isolamento e evitar o relaxamento da população.
Durante a reunião, Marcilene deixou claro que não há possibilidade de aumentar o número de leitos em Barbacena, hoje num total de 36. O principal motivo de impossibilitar este aumento é a falta de profissionais no mercado de trabalho, além dos escassos equipamentos de proteção.  A Secretária de Saúde disse ainda que as entrevistas coletivas foram reduzidas pela exaustão da equipe de frente na atuação contra o coronavírus. O Médico Infectologista Herbert Fernandes afirmou que toda a equipe trabalha diuturnamente desde meados de fevereiro. No início do ano o município trabalhava com oito agentes sanitários e agora são 20, todos atuando na fiscalização. Ainda assim, não é possível fiscalizar toda a cidade, segundo a Secretária. Por isso a proposta de união com a mídia e também com várias pessoas formadoras de opinião.

Marcilene deixou claro, mais uma vez, que os leitos de Barbacena pertencem ao SUS e podem ser ocupados por pacientes de outras cidades, diferentes daquelas que estão relacionadas na microrregião que Barbacena é polo. Ela lembrou de uma situação vivida pela cidade de Conselheiro Lafaiete, onde ocorreu um surto num asilo. Este fato, até então, não havia sido divulgado pela imprensa regional.

COMÉRCIO – Marcilene Dornelas afirmou que o comércio aberto não pode ser considerado o vilão dessa história. Ela foi enfática em dizer que as pessoas precisam ter consciência em sair às ruas somente quando for necessário. Pediu ainda que o uso de máscara é fundamental para reduzir o contágio do vírus. “Não podemos ficar de olhos fechados paras as festas, as reuniões nas ruas, churrascos, encontros de pessoas com seus carros em vários pontos da cidade”, alertou a gestora de saúde.
Herbert Fernandes indica que a preocupação “é que a população está voltando às ruas afrouxando as medidas de isolamento”. Para o médico, o pior dia da Covid-19, de acordo com as previsões, deve ser 15 de julho, quando haverá o ápice de casos em Minas Gerais. Segundo ele, a preocupação é com a demanda hospitalar e propõe a divisão da responsabilidade na conscientização da população e seguir mantendo os índices. Ele lembrou que Barbacena tem um dos maiores índices de pessoas curadas no país.

Posicionando-se como Médico infectologista da Secretaria Municipal de Saúde, Herbert pediu o endurecimento das medidas de isolamento e evitar o relaxamento das medidas. Dornelas, seguindo a mesma linha, comentou que “o jovem não vai morrer de covid, mas deve se preocupar com seus pais e avós”, lembrando das festas e aglomerações de jovens na cidade, principalmente nos fins de semana. Sinara Campos, Prefeita da Cidade de Santa Cruz de Minas, também defendeu a conscientização da população de todas as cidades da macrorregião e sugeriu até mesmo a presença da Polícia Militar agindo para coibir as aglomerações.

Marcilene ainda reclamou do posicionamento de um vereador da cidade de Barbacena, sem mencionar seu nome, mas afirmando que ele reclamou do boletim epidemiológico quando foi divulgada a relação de bairros e a incidência de casos de coronavírus. “Foi um pedido da população para que divulgássemos os bairros e aqui a gente não tem medo de falar a verdade”, desabafou.

Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com tal monitoramento. Aceitar Saiba Mais