O “nascer” da vida no planeta terra

Por Vitória Oliveira, membro do Laboratório de Escrita Científica do “Falando de Ciência e Cultura”, licenciada em Ciências Biológicas e membro do Centro de Estudos em Ecologia Urbana do IF Barbacena, sob orientação do professor Delton Mendes Francelino, coordenador do Centro de Estudos em Ecologia Urbana do IF Barbacena.

A Terra, dentre tantos planetas conhecidos pela humanidade, possui condições raras e que possibilitaram o surgimento e manutenção da vida aqui. Entretanto, nosso planeta nem sempre foi assim, as características que o tornam tão acolhedor são o resultado de milhões de anos de processos evolutivos geológicos e cósmicos, como por exemplo o resfriamento (sim, a Terra já foi uma gigante “bola de fogo”) e solidificação da crosta terrestre, que permitiu a presença de água líquida (que não surgiu aqui e veio “carregada por meteoros), o surgimento da Lua e o campo magnético dentre outras características.

Todos os fatores mencionados estiveram envolvidos no “nascer” da vida terrestre, que ocorreu a partir de moléculas orgânicas e reações químicas. Hoje sabemos que os “ingredientes” da vida são, sobretudo, átomos Carbono, Hidrogênio, Oxigênio, Nitrogênio, Fósforo e Enxofre. São esses elementos que vão formar as moléculas que compõe os seres vivos: Carboidratos, Proteínas, Lipídeos, DNA e RNA. Por exemplo, para formar um carboidrato são necessários átomos de Carbono, Hidrogênio e Oxigênio. Mas, além dos elementos químicos energia (vinda de um raio ou do Sol, por exemplo) tempestades, oceanos e altas temperaturas foram elementos importantes na “receita” da vida.

Nesse sentido, a hipótese mais aceita para explicar a origem da vida, propõe que tudo tenha começado por processos de evolução química, há cerca de 3,5 bilhões de anos (data marcada pelo fóssil mais antigo do planeta). Nesse momento, a Terra apresentava condições bem distintas das atuais: altíssimas temperaturas, altas taxas de atividade vulcânica, grande quantidade de gases e partículas retidas na atmosfera pela gravidade, intensa radiação ultra violeta vinda do Sol e fortes tempestades de raios. Acredita-se que, sobretudo a partir da grande incidência de radiação solar e as fortes descargas elétricas, novas combinações/interações entre os gases atmosféricos CH4 (gás metano), H2O (água), H2 (gás hidrogênio) e NH2 (compostos nitrogenados) formaram as primeiras moléculas orgânicas simples, que foram carregadas para a superfície terrestre a partir das intensas chuvas (ocasionadas pelas altíssimas temperaturas e as taxas de evaporação dos oceanos da Terra).

Além disso, estudos científicos apontam a possibilidade do acúmulo das biomoléculas produzidas sobre as rochas e argila, o que teria facilitado a formação de moléculas orgânicas mais complexas. Essas últimas, após formadas, eram arrastadas pelas fortes tempestades e acumuladas nos oceanos. A partir do “calor” dos oceanos (lembre-se que o calor agita as moléculas e favorece sua interação), são formadas moléculas orgânicas ainda mais complexas que, com a alteração das condições aquáticas iniciam a formação de aglomerados orgânicos (os coacervados). Após diversos processos de evolução química e biológica, surgem os primeiros seres vivos unicelulares e procariotos que realizavam fotossíntese e formavam verdadeiras colônias: os estromatólitos. Foram esses seres vivos primitivos, chamados estromatólitos, que produziram em milhões de anos toneladas de gás oxigênio fundamentais para a vida complexa como conhecemos hoje.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

 

GALANTE, D.; SILVA, E. P.; RODRIGUES, F.; et al. (2016) “Astrobiologia: uma ciência emergente”. NPA. São Paulo: Tikinet Edição: IAG/USP.

MARSHALL, M. Como surgiu o oxigênio na Terra? Ciência busca pistas de ‘evento-chave’. In: BBC, 2016. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/01/160104_vert_earth_oxigenio_origem_fd> Acesso em: 26/03/2022

 

Apoio divulgação científica: Samara Autopeças e Barbacena Online.

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