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Diário de uma forasteira – Semana 4 Aprender, conhecer, pertencer ou o futuro é construído de memória

Por Denise Gasparini

 

Dentre os verbos da língua portuguesa, aquele que mais me representa é, sem dúvida, o verbo aprender. Nesse momento, meu leitor poderia se questionar se, pelos ossos do ofício do magistério, ao qual me dedico há mais de 30 anos, não seria o verbo ensinar que deveria ocupar esse lugar. Ensinar e aprender possuem, sem dúvida, relação contígua e significado especial para esta colunista, mas o aprender, esse sim é fascinante.

 

Recorro ao meu surrado dicionário Aurélio, que me acompanha desde antes da formação em Letras,  para uma réplica livre do significado fascinante do verbo aprender. A definição dá indícios da riqueza do verbete ao designá-lo, já de início, como bitransitivo e regular (para o regozijo dos puristas linguísticos), e continua a determiná-lo como aquisição de conhecimento, habilidade técnica ou percepção de algo a partir de estudo ou experiência.  

 

Nas últimas semanas, remontando à saga da barbacenense em formação, continuei cultivando o grande desejo de aprender: angariando conhecimento ou percepção –  sobre Barbacena e, em sua imensa generosidade, a cidade me proporcionou momentos lindos para isso. Lembra-se, leitor, da já citada conspiração do universo para o bem?

 

O tal alinhamento universal me levou, nos últimos dias, a duas instituições consagradas da cidade, onde tive o prazer e o privilégio de aprender um pouco mais sobre a história e sobre personalidades importantes de Barbacena. A primeira oportunidade foi comparecer ao Instituto Federal Sudeste de Minas Gerais  – Campus Barbacena, querido IFET, para a mesa redonda comemorativa intitulada ‘115 anos de história do Campus Barbacena’, brilhantemente compostas por duas colaboradoras que já passaram pela instituição e não escondem todo o apreço que tem por ela: a professora aposentada Roseli Auxiliadora Barroso e a ex-servidora Ana Carolina de Almeida. Os esforços locais para o estabelecimento da instituição na cidade à época do Presidente Nilo Peçanha, a missão pedagógica e suas mudanças ao longo dos anos, as contribuições da escola para o desenvolvimento regional e para a formação de centenas de jovens de todo país e a necessidade de valorização deste espaço tão significativo para Barbacena foram pontos altos da noite.

 

Já a segunda oportunidade aconteceu na biblioteca municipal, precisamente na sala da Academia Barbacenense de Letras, no dia do lançamento do Anuário 2025 da instituição. Cumpre dizer que o Anuário é composto por textos de diversos gêneros: poemas, contos, biografias, produzidos por acadêmicos, e que homenageia em seu nome uma figura ilustre da cidade: o professor Mário Celso Rios. A apologia comovente foi construída por várias vozes, uma vez que o orador da noite, o acadêmico Luciano Alencar da Cunha, habilmente concedeu a palavra à audiência que exaltou episódios emocionantes das contribuições do professor para a consolidação da cultura e da identidade barbacenenses. Bonito ouvir tantas declarações tão diversas sobre essa figura que certamente cooperou sobremaneira para o ativo cultural da cidade. Bonito aprender como gestos de generosidade conseguem provocar experiências tão significativas.

 

Nas duas ocasiões, a mesma coisa me chamou a atenção: a contribuição dos homenageados para a promoção de Barbacena, cada um em seu segmento, e os imensos carinho e gratidão dos compatriotas pela escola e pela pessoa que recebiam as merecidas glórias naqueles eventos. Nas duas ocasiões, o resgate de passagens memoráveis para a cidade por meio desses personagens, o homem e a instituição, desnudou, diante dos olhos agora emocionados desta colunista, a certeza de ter aprendido mais uma coisa, e talvez a mais importante nessa busca pelo pertencimento: a certeza de que o futuro é construído de memória.

 

 

Denise Gasparini (@denise.gasparini.bq) é mãe, filha, irmã, tia, professora do Núcleo de Letras do Instituto Federal Sudeste de Minas Gerais – Campus Barbacena e barbacenense em formação.

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