Mastologista esclarece dúvidas sobre a mamografia e a importância da prevenção

O “Outubro Rosa” é uma campanha anual de combate ao câncer de mama. Criada na década de 1990, o objetivo é conscientizar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce, compartilhando informações e proporcionando mais acesso ao diagnóstico e ao tratamento da doença. Segundo o Instituto Nacional do Câncer, o Câncer de Mama é o segundo tipo da doença mais comum entre as mulheres no Brasil, com a estimativa entre 57 mil novos casos por ano. A boa notícia é que 95% dos casos diagnosticados precocemente têm possibilidade de cura, e por isso as campanhas do “Outubro Rosa” batem na tecla do diagnóstico precoce, que é feito por meio da mamografia. O exame levanta uma série de questionamentos, que serão esclarecidos médica mastologista barbacenense, Mariana Belo. 

Sobre o que é esse exame e como é realizado, a médica explica que a mamografia é um exame de imagem capaz de avaliar o tecido mamário. É realizado através do raio-x e um aparelho específico identificado como mamógrafo, geralmente operado por um técnico em radiologia, o aparelho possui uma bandeja em que é orientado a mulher colocar a mama para que o tecido mamário sofra incidência do raio-x. A mama sofrerá compressão, no sentido horizontal, promovendo a incidência médio lateral e no sentido vertical a compressão promoverá a incidência crânio caudal para a avaliação do exame.

Em relação a dor causada pelo processo, Mariana menciona que as mulheres relatam desconforto diante da realização do exame mamográfico, pois é necessário a compressão da mama para que o tecido fibroglandular seja totalmente visualizado e, assim, se possa ter um laudo adequado emitido pelo radiologista. Apesar do leve desconforto relatado por algumas pacientes, o exame de mamografia é o método deleito para rastreamento do câncer de mama, sendo capaz de promover uma redução na mortalidade em até 40%.

Além disso, indagada se a mamografia é o único exame que detecta o câncer de mama, ela relata que a mamografia é um método seguro e é o método indicado para o rastreio do câncer de mama, tendo uma capacidade de impactar na redução da mortalidade, pois apresenta uma sensibilidade superior a 75% e uma especificidade superior a 90% na identificação de lesões precoces, até então assintomáticas. A identificação de lesões subclínicas podem determinar tratamento cirúrgico e adjuvante menos agressivos. Quando diagnosticado precocemente, os índices de cura do câncer de mama podem ser superiores a 90%. Ademais, ela esclarece que a Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda que mulheres com risco habitual para o câncer de mama devam realizar anualmente a mamografia a partir de 40 anos de idade, e que, quando há casos da doença na família, ou seja, de caráter hereditário, correspondem apenas de 5 a 10% do total de casos da patologia, é preciso avaliar os antecedentes familiares diante do aconselhamento genético considerar a indicação de teste genético. Se a mulher for enquadrada em uma população de alto risco para a doença é necessário avaliar a indicação de antecipação do rastreio para o câncer de mama através da mamografia e outros exames complementares como o ultrassom e ressonância magnética das mamas. 

Outra dúvida muito comum, é sobre se as mulheres com próteses de silicone podem fazer o exame. A mastologista elucida que mulheres com prótese mamária devem realizar a mamografia como método de rastreio, iniciando o exame a partir dos 40 anos de idade, como a população de risco habitual. A presença da prótese mamária dificulta o rastreamento mamográfico, mas isso pode ser reduzido através da técnica de eklund, em que é realizado a total exclusão da prótese, oportunizando uma incidência adequada de todo o tecido fibrogrândular. Acerca da amamentação, foi esclarecido pela especialista que não há contraindicação para as mulheres que estão no período de amamentação realizar a mamografia. É preciso destacar que neste período a mama apresenta-se mais densa, o que diminui a sensibilidade do exame mamográfico, podendo ser necessário complementar o mesmo com outros exames de imagem da mama, como o ultrassom, ou até considerar a ressonância de acordo com a necessidade.

Para finalizar, a médica informou sobre a segurança nos resultados do exame, mencionando que existem, pontualmente, algumas situações em que a mamografia pode apresentar um laudo falso-negativo, principalmente nas mulheres que apresentam uma mama mais densa, em que sua sensibilidade pode se reduzir em torno de 50%, ou apresentar também laudos que possam sugerir falso-positivo. Por isso, em casos pontuais, avaliados pelos médicos, que conduzem o segmento dessas pacientes será necessário a recomendação de complementação da mamografia com outros métodos de imagem, como a ressonância e o ultrassom. 

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