Fixação biológica de nitrogênio

Por Renata Viol, Engenheira Agrônoma, Mestre e Doutora em Fitotecnia, com apoio do Dr. Delton Mendes Francelino, Diretor da Casa da Ciência e da Cultura de Barbacena e Coordenador do Centro de Estudos em Ecologia Urbana do IF, Campus Barbacena.

Visando uma Agricultura de Baixo Carbono existe uma tecnologia que tem vindo ao encontro da sustentabilidade principalmente na produção de grãos, que é a  Fixação Biológica de Nitrogênio.

Ela é um dos processos naturais mais importantes do planeta, ao lado da fotossíntese. A fixação biológica de nitrogênio é um processo realizado por bactérias (conhecidas como rizóbios) capazes de capturar o nitrogênio que está presente no ar na forma de um gás (N2) e convertê-lo em amônia, forma na qual o nutriente é assimilado pelas plantas. Desta forma, a planta assimila o nitrogênio que estava no ambiente, elemento este, essencial ao desenvolvimento vegetal.

A inoculação, que é a adição de bactérias fixadoras de nitrogênio às sementes é feita antes do plantio. É normalmente feita com biofertilizantes contendo grande quantidade de cepas desses microrganismos selecionadas pela pesquisa. Tão importante para a nossa agricultura.

Com essa tecnologia, geramos um maior rendimento na produção, com ganhos médios entre 8,4% a 16,1% em rendimentos de grãos ((Hungria e Nogueira, 2019), melhora a fertilidade do solo e a qualidade da matéria orgânica, e ainda reduz a necessidade de adubação química nitrogenada.

A produção de fertilizantes nitrogenados sintéticos é um processo intensivo em utilização energia, que consome grandes quantidades de combustíveis fósseis e emite gases de efeito estufa. Além disso, o uso excessivo de fertilizantes nitrogenados sintéticos pode levar à poluição dos recursos hídricos, como rios e lagos, devido à lixiviação de nitratos.

A prática é tão eficiente que só no caso da soja, a previsão de economia pela fixação biológica do nitrogênio está estimada, para a próxima safra, em US$ 40 bilhões, além de deixar de emitir mais de 200 milhões de toneladas equivalentes de gás carbônico. O Brasil como líder mundial nos benefícios dessa simbiose (EMPRAPA SOJA, 2023).

A utilização da fixação biológica de nitrogênio, juntamente com práticas agrícolas sustentáveis, como o manejo integrado e a rotação de culturas, pode promover uma agricultura resiliente. Além dos benefícios econômicos, como a redução dos custos com fertilizantes, essa abordagem também contribui para a redução da pegada de carbono da agricultura e a preservação dos recursos hídricos.

HUNGRIA, M.; NOGUEIRA, M. A. Tecnologias de inoculação da cultura da soja: Mitos, verdades e desafios. In: Boletim de Pesquisa n. 19, 2019/2020. Rondonópolis: Fundação MT, 2019. p. 50-62. (Fundação MT. Boletim, 19).

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