Queijo produzido em Ibertioga ganha medalha ouro em premiação internacional
Por Ester Louback
O queijo minas artesanal Lasquinha, produzido na Fazenda Saudade, em Ibertioga, ganhou medalha de ouro no concurso nacional 3º Mundial do Queijo do Brasil. O evento ocorreu em São Paulo, entre os dias 11 e 14 de abril, sendo um dos principais concursos internacionais que atestam a qualidade de queijos e produtos lácteos artesanais.
Para produção do queijo Lasquinha, é necessário 150 litros de leite cru, onde este é coagulado através da técnica do pingo e coalho, pois assim, preserva os sabores e aromas naturais do leite. Após este processo, o queijo é maturado durante 21 dias, resultando em um queijo minas artesanal com casca fina, de cor palha, que envolve uma massa cremosa, consistente e compacta.
Mateus Brandão e Tereza Rodrigues são os proprietários da Fazenda Saudade, onde produzem o queijo Lasquinha. Para conseguir a qualidade excepcional da iguaria, foi necessário muito trabalho e estudo. O casal decidiu se mudar em 2018 para a propriedade rural dos pais de Tereza, na região de Ibertioga, em busca de uma vida mais tranquila. Tereza é jornalista e Mateus Video Maker, portanto, foi necessário aprender o ofício de queijeiro, principalmente com o apoio da Emater, através de cursos e oficinas sobre produção e certificação do queijo.
O queijo minas artesanal Lasquinha, já recebeu premiações anteriores como a categoria Ouro no V Prêmio Queijo Brasil Araxá, em 2019, e o Bronze no I Mundial Queijo Brasil Araxá no mesmo ano. Atualmente, esta iguaria tem como principais pontos de venda nas cidades de Tiradentes, , São João del-Rei, Belo Horizonte, Cataguases e Barbacena.
O concurso teve a participação de 1,9 mil produtos, os quais receberam notas individuais de 300 jurados especialistas na área. O evento contou com a premiação de queijos, doce de leite, iogurte e coalhada, nas categorias Super Ouro, Ouro, Prata e Bronze. No total, 598 medalhas foram distribuídas, sendo categorizadas de acordo com a pontuação adquirida após a avaliação dos jurados em relação a aspectos qualitativos, como consistência, sabor, aparência e aroma. Na premiação Ouro, como é o caso do queijo Lasquinha, os produtos premiados foram aqueles que obtiveram 91 a 98 pontos na avaliação dos jurados.
Historicamente, o queijo minas artesanal passou por um processo de regulamentação, em que, aspectos técnicos e culturais são valorizados, juntamente com a qualidade e a segurança alimentar para o consumidor. Juntamente a esse processo, o modo de fazer do Queijo Artesanal de Minas Gerais se tornou patrimônio imaterial do estado em 2002. Depois, o método foi reconhecido nacionalmente e, atualmente, está sob avaliação da Unesco para se tornar Patrimônio Imaterial da Humanidade. O reconhecimento do modo de fazer como patrimônio imaterial, faz com que a produção queijeira do estado se fortaleça através da economia familiar, principalmente no estímulo ao desenvolvimento cultural, ambiental e econômico sustentável. Portanto, ao 3º Mundial do Queijo do Brasil contar com a participação de 14 países e, ter queijos mineiros premiados, esses selos são uma grande conquista para a valorização da história e cultura de Minas Gerais.
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