Que as declarações sejam diárias e o amor seja constante!

A crônica de Francisco Santana

“Ando tão à flor da pele/qualquer beijo de novela me faz chorar/ando tão à flor da pele/

que teu olhar flor na janela me faz morrer/ando tão à flor da pele/meu desejo se confunde com a vontade de não ser/ando tão à flor da pele/ que minha pele tem o fogo do juízo final”

 

Essa música “Flor da pele”, de Zeca Baleiro, mostra um pouco da expectativa dos enamorados pelo seu dia. Para eles, o amor está aqui, ali, acolá e até no ar disputando espaço com o coronavírus. Essa peste ao invés de uni-los, os separa proibindo intimidades para uni-los num futuro bem próximo, é o que se espera.  Essa separação é válida para reflexões.  

Qual é a origem do Dia dos Namorados no Brasil? O romance é celebrado em 12 de junho desde 1948 e o motivo é exclusivamente comercial, consumismo. A ideia foi do publicitário João Doria, pai do governador do Estado de São Paulo, João Doria Júnior. Dono da agência Standart Propaganda, ele foi contratado pela loja Exposição Clipper com o objetivo de melhorar o resultado das vendas em junho, que sempre eram muito fracas. Inspirado pelo sucesso do Dia das Mães, Doria instituiu outra data para trocar presentes no ano: o Dia dos Namorados. Junho foi escolhido porque era justamente o mês de desaquecimento das vendas. O dia 12 foi escolhido por ser véspera da celebração de Santo Antônio, o santo casamenteiro. Unindo o útil ao agradável, Doria criou a primeira propaganda que instituiria a data no país. “Não é só com beijos que se prova o amor!” dizia um slogan do primeiro Dia dos Namorados brasileiro. “Não se esqueçam: amor com amor se paga” afirmava outro. A propaganda foi julgada a melhor do ano pela Associação Paulista de Propaganda. 

O consumismo da data ocorre na compra de algo para ofertar e alegrar a pessoa amada. Sempre há reciprocidade e nessa troca se ganha gratidões, sorrisos, abraços, beijos e lágrimas de alegria. Há quem diga que esse ato camufla uma possível comercialização do sentimento e que sem ele não haveria juras de amor. Será? Impossível acreditar porque o amor sincero, enraizado fortemente de razão e coração não se corrompe e não se comercializa. Cada ser define à sua maneira o sentimento amor. As melhores são traduzidas nos momentos de paz interior, tranquilidade e harmonia entre corpo e alma diferentemente daqueles citados nos momentos de turbulências.  Anonimamente encontrei uma que achei interessante: “Poderíamos dizer que amor é um sentimento de carinho e demonstração de afeto que se desenvolve entre seres que possuem a capacidade de demonstrá-lo. O amor motiva a necessidade de proteção e pode se manifestar de diferentes formas: amor materno ou paterno, amor entre irmãos (fraterno), amor físico, amor platônico, amor à vida, amor pela natureza, amor pelos animais, amor altruísta, amor próprio, e etc”. 

Portanto, 12 de junho é a data consagrada aos casais enamorados para que eles demonstrem amor e cuidados mútuos. O termo casal se associa aos laços sentimentais que unem duas pessoas. O hábito de festejar a data nos remete ao prazer? Claro que sim! Coração e âmago irradiam felicidade e, a matéria irradia vontades e desejos. Há uma doutrina moral denominada Hedonismo em que a busca pelo prazer é o único propósito da vida. Essa doutrina até hoje é discutida no que concerne ao objetivo do prazer, se sensual ou espiritual. Para os estudiosos, o hedonismo é a busca pelo prazer de forma intensa, levando também em conta os prazeres sexuais. 

É comum nesse dia festivo a intensidade das juras de amor. Dois sentimentos suscitam discussões: amor e paixão. Que analise fazer sobre eles? O amor é mais profundo, duradouro, mais estável numa relação de reciprocidade, cuidado com a pessoa amada e representa uma relação de proximidade, afeto e preservação. Ele faz com que os casais estabeleçam uma relação de interdependência. Ele faz com que as pessoas tenham uma vida mais calma e, muitas vezes, aumentando consideravelmente a longevidade dos casais.  

Namorado, sentimento, presente, amor, troca, hedonismo, atração, flor da pele, diante disso tudo como fica a paixão?  A paixão, termo de origem latina, se relaciona com o verbo “sofrer”. Desde essa origem, o significado de paixão está relacionado com o sofrimento. A paixão é um sentimento muito intenso, que faz com que a pessoa altere de humor muito rapidamente. A pessoa apaixonada pode variar da extrema felicidade de estar apaixonada ao extremo sofrimento de possíveis desilusões. Ela é mais intensa, rápida e ligada diretamente aos impulsos sexuais, carências, insatisfações e prazeres. Movido pela impulsividade, o apaixonado tende a idealizar e projetar no outro, características irreais. Apesar de ambos estarem identificados com o coração, na verdade, o cérebro é o responsável pelas reações que dão origem a esses dois sentimentos. 

Deduzindo: O amor você domina, a paixão não. Amor não é posse, perdoar é amar. A paixão instiga o ódio e “a diferença do amor e do ódio, é que pelo ódio a gente mata e pelo amor a gente morre”. (Renato Russo).   

Caros enamorados, o que lhes desejar nesse dia dedicado a vocês? Muito amor e cuidado com as paixões. Que vocês valorizem um tipo de amor, que vai iluminar com sabedoria e justiça toda a trajetória de suas vidas. Eu me refiro ao AMOR PRÓPRIO. Valorize-o e sejam eternamente felizes. 

(Fontes: Manual de Filosofia de Theobaldo Miranda Santos/ Música: Flor da pele de Zeca Baleiro/Site: Dia dos Namorados: origem e história n o Brasil/Wikipédia, a enciclopédia livre).

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