Quais são os motivos da baixa tolerância a frustrações em crianças e adolescentes?

A baixa tolerância a frustrações tem sido uma queixa recorrente e preocupante nas escolas, nos consultórios e nas famílias. Esta nova geração tem se mostrado muito imediatista, pouco flexível e intolerante a frustrações

Por termos de trabalhar mais, nós, pais e responsáveis, precisamos delegar a terceiros os cuidados de nossos filhos. Trabalhamos tanto para dar-lhes o melhor que nos esquecemos que o melhor para nossos filhos somos nós mesmos: nossa presença, nossa atenção, nossa autoridade e nosso amor. Nossos filhos têm, em muitos casos, múltiplos cuidadores: babás, tios, avós e etc. Mas eles não tem, na maior parte das vezes a noção de hierarquia importante e necessária para que possam crescer saudáveis, principalmente do ponto de vista emocional.

E na tentativa de suprir nossas falhas, queremos dar o mundo a eles, deixa-los felizes e saciados o tempo todo. Não lhes falta nada do ponto de vista material: são atendidos prontamente. Quase nunca sentem-se privados. Têm o que desejam num piscar de olhos. O nosso grande erro.
Tentar compensar nossas falhas satisfazendo todos os desejos dos nossos filhos nos colocou no lugar mais frágil da relação: aquele que somente realiza desejos, na vã ilusão de que tudo ficará bem para sempre.

Quando dizemos sim a todo momento, estamos impedindo que nossos filhos conheçam a realidade fora da redoma que os colocamos. A nossa geração de pais e as anteriores à nossa, foi educada conhecendo limites, hierarquia, o tempo para tudo, a importância dos sonhos, mas também a importância dos objetivos traçados, dentre muitos outros valores.

Atender pronta e imediatamente crianças e adolescentes pode gerar situações complicadas ao longo da vida. Não apresentar a realidade que vivemos, com a velha e perigosa máxima de que ‘meu filho terá tudo o que não tive’, pode se tornar um pesadelo na vida deles e na nossa também.
Educar implica em também aprender a dizer “NÃO” em situações que precisam.
Pode ser difícil, mas é necessário!

NOTA DA REDAÇÃO – Valeska Magierek – Neuropsicóloga no Centro AMA de Desenvolvimento.

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