Polícia investiga golpe que envolve pedofilia e extorsão em Barbacena
A Polícia Civil investiga uma nova modalidade de golpe que envolve nudez, pedofilia e extorsão em Barbacena. Para a realização do crime, o autor pede fotos íntimas das vítimas e começa a extorquir a vítima para que as imagens não sejam divulgadas.
De acordo com a corporação, um perfil falso, com foto supostamente de uma adolescente, tem interagido com homens por uma rede social e trocado mensagens. A pessoa que administra o perfil manda fotos e vídeos em que a “menina” aparece nua.
Segundo o delegado que investiga o caso, Saulo Prado, a suspeita é que o perfil fake seja de uma pessoa menor de idade.
“Estes criminosos se aproveitam da inocência de quem está do outro lado da tela se passando por outras pessoas e criando situações fantasiosas, acabam induzindo a vítima a um comportamento que, de alguma forma, vai se envergonhar ou não quer que seja divulgado e, em seguida, partem para a extorsão”, explicou.
Questionada sobre o andamento das investigações, a Polícia informou que ainda realiza o levantamento de quantos homens foram vítimas do golpe e quantas pessoas estão por trás do perfil fake.
Como acontece o golpe?
De acordo com o delegado, primeiro eles iniciam uma conversa e se passam por uma menina, ou menino, quando for o caso, até que passam a falar de situações íntimas e de sexual. Em seguida, mandam fotos e também solicitam que as vítimas enviem imagens íntimas.
Posteriormente, uma terceira pessoa, que afirma ser pai da adolescente, passa a pedir dinheiro para não expor o crime de pedofilia na internet.
Crime de pedofilia
Especificamente neste caso, a vítima não será acusada de pedofilia, uma vez que a pessoa que aplicou o golpe se passou por uma mulher, e não uma criança ou adolescente. De acordo com o delegado, só depois houve a suspeita de que o perfil fake era comandando por um menor.
Entretanto, o delegado explicou que qualquer pessoa que mande ou receba conteúdos de teor sexual que envolvem crianças e adolescentes pode responder pelo crime de pedofilia.
A penalidade para os infratores varia de acordo com o crime praticado. Os dois casos mais apurados pela Delegacia de Barbacena são o estupro de vulnerável, em que a pena é de 10 a 20 anos de prisão e a exploração sexual de menores, cuja pena é de 4 a 10 anos.
Orientações
A Polícia Civil reafirmou a importância de saber com quem se faz contato virtualmente, por ser difícil conseguir chegar aos autores de crimes cibernéticos.
“É preciso desconfiar de pessoas desconhecidas, situações surreais, não mandar informações pessoais pra quem você não conhece. É muito fácil de passar por outras pessoas no ambiente on-line então é preciso ter cuidado”, afirmou Saulo.
Aumento de casos de pedofilia durante a pandemia
A delegacia informou ainda sobre o aumento de abusos contra crianças e adolescentes durante a pandemia. A maioria dos abusos ocorre dentro de casa, pelos próprios parentes.
Segundo dados do Ministério da Mulher da Família e dos Direitos Humanos, somente em 2021, o disque-denúncia já recebeu mais de 6 mil denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes.
Como identificar sinais de que a criança está sendo abusada
A Polícia Civil informou que o primeiro caminho é a conversa, mas perceber os sinais que as crianças emitem é muito importante, pois, na maioria das vezes, elas não conseguem verbalizar que estão sofrendo abusos, nem por quem ou como ocorre.
Alguns dos sinais são dificuldades escolares, distúrbios do sono e de apetite, automutilação, tentativa de suicídio, aparência descuidada, fuga de casa, comportamento inadequado para a idade, doenças sexualmente transmissíveis, dor ou inchaço nas áreas genital ou anal.
“Não podemos achar que qualquer um desses sinais significa que a criança ou adolescente está sendo abusada sexualmente, isso são sinais que demonstram uma necessidade de se dar atenção a essas crianças e adolescentes”, completou o delegado.
Fonte: G1
LEIA TAMBÉM:
