Doce ou amarga vingança

Por Francisco Santana

Deixando a hipocrisia de lado, você já sentiu o gostinho doce da vingança? Pare, pense e reflita para responder. Você tem a coragem de dizer que nunca se vingou de alguém? Então, receba meus parabéns! Eu já ouvi dezenas de relatos sobre o assunto e selecionei alguns. Minha mãe dizia: “Quem com ferro fere, com ferro será ferido” e “chumbo trocado não dói.” Cá entre nós, deixo o julgamento para você.

*** Relacionamentos abusivos podem levar pessoas oprimidas a fazerem coisas que elas nunca imaginaram que seriam capazes. Foi o que aconteceu com Lorena Bobbitt. Casada com John Bobbitt, Lorena vinha passando por maus tratos há algum tempo, até que simplesmente não aguentou mais. De acordo com relatos, o marido abusava dela constantemente e a mulher chegou a ser vítima de estupro conjugal.

Num dia, depois que o marido chegou bêbado em casa e abusou dela mais uma vez, Lorena decidiu tomar uma atitude. Ela pegou uma faca e cortou o pênis do marido. Depois disso, fugiu com a parte íntima do homem e a jogou fora pela janela do carro. Mais tarde, o membro acabou sendo encontrado e restaurado cirurgicamente no homem.

*** Já um caso de traição que acabou em uma morte realmente diabólica e cuidadosamente planejada. Cora era casada com Hawley, um marido infiel que acabou tendo um caso ‘sólido’ com outra mulher. Por não aguentar essa situação, Cora teria deixado o marido. O problema foi que, depois disso, o homem acabou declarando-a como morta e vendendo todas as suas jóias para poder ir para Londres com a amante.

Depois de estranharem o desaparecimento da mulher, seus amigos acabaram acionando as autoridades. Ao fazer isso, uma investigação começou e eles encontraram um corpo já em decomposição no porão da casa onde a família morava. Logo depois Hawley foi preso e executado pela morte da esposa, em 1920. O problema é que, mais ou menos um século depois do ocorrido, um teste forense foi feito e confirmou que o corpo encontrado não pertencia a Cora. Aparentemente, ela teria montado toda a cena para incriminar o ex-marido por sua suposta morte e depois fugido e vivido a sua vida.

*** Você conhece uma banda chamada ‘Sons of Maxwell‘? Dave Carroll é o guitarrista da banda e ele acabou tendo problemas com a United Airlines. Isso porque, durante uma viagem para a Nebraska com a companhia aérea, o seu violão acabou se quebrando pelos maus cuidados dos funcionários que cuidavam das bagagens. O homem ficou revoltado com o ocorrido e fez uma queixa para a empresa.

O problema foi que ele não recebeu uma resposta adequada para o seu caso e isso o deixou ainda mais frustrado. Para descontar a sua raiva, ele acabou escrevendo três músicas falando sobre a United Airlines quebrar guitarras. O impacto delas foi tão grande que, apenas uma semana depois do lançamento, as ações da empresa caíram aproximadamente 10%.

*** Casamentos arranjados eram extremamente normais no passado, o que não significa que as pessoas da época gostavam de se submeter àquela situação. Depois de ser forçado pelo seu pai, o rei Afonso, Pedro I de Portugal teve que se casar com Constança Manuel para constituir uma aliança. O problema foi que, junto com ela, veio uma de suas damas de companhia, chamada Inês de Castro. E, como você pode imaginar, ele acabou se apaixonando por ela. Após a morte da esposa, Pedro I quis se unir à Inês.

O caso acabou não sendo aceito pelo rei Afonso e ele decidiu bani-la. Mas, ainda assim, Pedro I acabou se recusando a casar com qualquer outra mulher que não fosse Inês. Isso enfureceu ainda mais o rei e, em 1355, ele mandou que três homens a matassem. A ação do pai fez com que o filho se voltasse completamente contra ele, mas a disputa não favoreceu Pedro naquele momento. Acontece que Afonso não demorou a morrer, indo a óbito em 1357. Depois que Pedro tomou o poder do pai falecido, ele foi atrás dos responsáveis pela morte da amada. Acabou encontrando dois deles e os matou, arrancando seus corações, um pelo peito e o do outro pelas costas, assistindo à execução enquanto se banqueteava.

Vou agora relatar duas histórias ocorridas em Barbacena. 

*** Luiz Felizardo casou-se com uma mulher linda, simpática e muito sensual. Felizardo a levou para jantar num tradicional restaurante de comida italiana de Barbacena. A presença dela causou furor. Muitos olhares, galanteios, cumprimentos e uma pontinha de inveja. Todos naquele momento gostariam de ser o Felizardo por alguns minutos. Por ironia do destino o casal se assentou frente a quatro jovens bastantes assanhados. Com muito vinho na cuca eles começaram a engraçar pelo lado da beldade sem o menor constrangimento. Luiz Felizardo pensou em discutir e brigar, mas brigar com quatro estava fora de cogitações e teve uma idéia genial: levantou-se da cadeira, foi até o garçom para pedir informações sobre aqueles quatros Dom Juans. O garçom lhe deu a ficha completa, eram viajantes, representantes comerciais e forneceu inclusive a placa dos dois carros que eles estavam usando. Luiz Felizardo devorou um prato de nhoque, matutando o que fazer. Ao sair do restaurante ele foi ao seu carro, tirou do porta mala um objeto e foi direto aos carros dos “gostosões”. Abaixou-se diante dos oito pneus sob o olhar assustado da esposa, e rasgou todos os pneus com um objeto cortante. Os carros arriaram e Luiz Felizardo foi embora alegre, feliz, satisfeito, sorrindo e vingado. Ele mesmo me contou essa história. 

*** Fabrício era gerente de um importante banco em Barbacena. A noite ele cursava Administração de Empresas. A mulherada o chamava de “pão”, “bonitão”, “gostosão” e de outras coisas mais. Ninguém negava sua beleza física (cabelos encaracolados parecendo um anjo barroco, loiro, olhos azuis e corpo malhado). O ego ou o narcisismo o deixou marrento diante de tantos elogios. Casado, pai de dois filhos, um menino e uma menina ambos com menos de cinco anos. Fabrício se transformou num exímio paquerador, garanhão e galinha. Rara era a noite que ele saía sozinho. Uma colega do banco passou a ser sua amiga íntima. Uma colega de faculdade passou a ser seu par constante. A faculdade toda sabia, Barbacena toda sabia e só a sua esposa não sabia. Dizem que o traído é o último, a saber. Pura verdade. Como têm muitos fofoqueiros e gente à-toa, ela tomou conhecimento das escapulidas do marido. Antes de tomar qualquer atitude ou provocar escândalo, certificou-se da veracidade das informações. Contratou um detetive particular que ela mesma foi constatar pessoalmente. Tudo verdade, tudo comprovado por testemunhas e fotos. Ela arquitetou um plano. Numa madrugada, lá pelas duas da manhã ele chegou a casa, lanchou, se lavou e foi para o quarto. Ao deitar ao lado da esposa que fingia estar dormindo, ele se espantou ao ver lençol, fronha e cobertas sujas de graxa e um forte cheiro de gasolina no ambiente. Ele se espantou, acendeu a luz e viu a esposa também suja de graxa. Ele pediu imediatamente uma explicação. 

Ela lhe disse para não fazer escândalos, falar baixo para não acordar os filhos e que descobrira que ele a estava traindo com uma funcionária do banco e com uma colega de faculdade, que ela mesma vira os dois se beijando, se acariciando no interior do carro, por várias vezes no pátio da faculdade e que os seguira até o motel. Ele não desconversou diante das afirmações e das fotos mostradas a ele. As provas de sua traição eram irrefutáveis. Ele a perguntou o que tinha a ver os fatos relatados com a cama toda suja de graxa e gasolina. Com muita calma e ironia ela lhe respondeu explicando que enquanto ele a traia com a sua funcionária e com a colega de faculdade, ela o traía com o mecânico da oficina embaixo de sua casa. Ainda o menosprezou dizendo que o mecânico era muito bem mais dotado que ele tinha um desempenho incrível na cama, um insaciável e incansável. Fabrício ficou boquiaberto, sem saber o que dizer e fazer. Ele estava nas mãos dela. A cidade toda ficou sabendo do fato, a esposa se incumbiu de propagar a noticia. Interessante foi saber que muita gente chegava perto do Fabrício Garanhão e lhe perguntava: “Você conhece a do mecânico?” Resposta: “Bem maior que a sua e suja de graxa” ou então oravam para ele: “Ave Maria, cheia de graxa” E tinha quem cantava maliciosamente: “Olha que coisa mais linda tão cheia de graxa…”. A repercussão foi grande, a separação foi inevitável bem como sua transferência de Barbacena.

(Fonte: Sete maiores vinganças de todos os tempos de Natália Pereira/site Fatos desconhecidos).

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