Colóquio internacional Portugueses de Papel acontece em BH

O VII Colóquio Internacional Portugueses de Papel, que ocorre entre 04 e 06 de outubro em Belo Horizonte, é uma promoção da Academia Mineira de Letras (AML), organizada pela Linha de Investigação Brasil: Literatura, Memória e Diálogos com Portugal (CLEPUL).
A Comissão Organizadora, composta pelas professoras e pesquisadoras Ângela Laguardia, Maria Lúcia Barbosa, Vânia Pinheiro Chaves e Evelin Guedes Pereira, preparou diversas mesas temáticas, as quais abordam a presença e o papel de personagens portugueses em várias obras literárias brasileiras. As mesas são integradas por pesquisadores de renomadas instituições: Universidade de Lisboa, universidades e institutos federais brasileiros.
O colóquio também se estabelece, no sentido de explicitar as inter-relações entre as literaturas brasileira e portuguesa. A pesquisadora do CLEPUL, Ângela Laguardia, apresentou, no primeiro dia dos trabalhos, a conferência “À Sombra da Liberdade: Marília e Dirceu em A Barca dos Amantes”, de Antônio Barreto, focalizando algumas injunções acerca do relacionamento dos personagens e, naturalmente, as ações e os reflexos das figuras portuguesas ficcionalizados na trama.
A Academia Barbacenense de Letras se fez representar, na abertura do evento, pelo seu presidente, Rodrigo Tostes Geoffroy, e, no restante da programação, será representada pela sua vice-presidente, Ângela Laguardia.
Ainda como parte do Encontro, a AML oferece a exposição “La Maison de Clarice”, em parceria com a Embaixada da França, Aliança Francesa e Universidade Federal de Minas Gerais, com curadoria de Guiomar de Grammont, Vincent Zonca, Léo Le Berre e Roberto Pedretti.
A mostra traça um paralelo entre a vida e a obra de Clarice Lispector e de suas contemporâneas, Marguerite Duras e Nathalie Garraute.
O interesse da França por Lispector se deu com a edição de todas suas obras, por Antoinette Fouque, na coleção “Editions des Femmes”. Também esse país foi o primeiro a publicar uma tradução da escritora, “Perto do Coração Selvagem”, em 1954, há exatos dez anos após o lançamento do livro no Brasil.
A convergência entre as autoras citadas é inevitável pelo fazer literário. Suas urdiduras se posicionam na centralidade da experimentação romanesca, efervescente no século XX, inspiração e influência para muitos mundo a fora. Seus romances não são lineares, o que produz certo estranhamento em relação à realidade, um quê de enigmático, desconcertante, sem contar o estilo confessional que presentifica a expressão escrita.
Minas Gerais, possivelmente o estado mais português, regozija-se, ao contemplar não somente sua identidade neste diálogo luso-brasileiro bem como se distingue pelo valioso presente que ora se materializa no culto à memória de Clarice Lispector.

Rodrigo Tostes Geoffroy
Presidente da Academia Barbacenense de Letras. Especial para o portal de notícias Barbacena on Line.

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