Cinema e Audiovisual: a importância de Cineclubes e da descentralização da Cultura

Por Delton Mendes Francelino. Professor, Doutor, criador da Casa da Ciência e da Cultura e do Cineclube Ciência. Diretor do Instituto Curupira e coordenador do Centro de Estudos em Ecologia Urbana do IF Campus Barbacena.

O Cinema é uma das artes que mais cativam pessoas mundo afora. Com mais de 100 anos de existência, é impossível contabilizar a quantidade de filmes, produções audiovisuais que já existiram no planeta e que, ainda hoje, despontam, trazendo, mais que simples entretenimento, muita Cultura, Conhecimento, Diversidade e Pluralidade.

Muitos ainda acreditam que, quando mencionamos o conceito “Cinema”, nos referimos a mega produções, como aquelas de Hollywood, dentre várias outras concepções. No entanto, somente na América Latina, a quantidade de produtoras alternativas nos últimos 20 anos (que com muita luta produzem seus filmes, com poucos recursos), cresceu bastante e é riquíssima em formatos, estilos e identidade.

O Brasil passou por um período de extrema preocupação neste contexto, com o fim da Ancine (Agência Nacional do Cinema) e do Ministério da Cultura no último governo e uma série de fragilizações às políticas públicas voltadas para a Cultura, o que, esperamos, melhore a partir da Lei Paulo Gustavo e, mesmo, a Lei Aldir Blanc.

Entretanto, cabe destacar a importância de os municípios terem suas próprias leis voltadas para setores culturais. É o que temos buscado em Barbacena.

É neste sentido que surgiu, em julho de 2022 o Cineclube da Casa da Ciência e da Cultura de Barbacena, criada por mim, e cujo objetivo é uma, ou duas vezes, por mês, apresentar filmes que permitam, além de momentos de convivencialidade e diversão, discutir Ciência. De forma itinerante, o Cineclube Ciência (ou Cineclube Nerd, como foi carinhosamente apelidado pelas pessoas participantes), é itinerante, ou seja, não ocorre em apenas em um local, mas em vários dos Espaços de Esperança da Casa da Ciência. Isso vem de uma ideia minha tida, ao longo do meu primeiro mestrado, quando na Bacia do Rio São Francisco, realizava projeções de filmes, com os direitos autorais resguardados, em comunidades ribeirinhas.

Em suma: precisamos pensar o Cinema, o Teatro, a Música, as Artes Visuais e Plásticas, a Literatura, todas as Artes, para além das classes sociais mais abastadas, com maior poder aquisitivo. Todas as comunidades, populações humanas, apresentam suas
Culturas e formas simbólicas de representar o mundo. Por isso frases como “temos que levar Cultura para a comunidade X”, representa um pensamento ainda colonial, hegemônico e nada equitativo.

São milhões os trabalhadores do Cinema, do Audiovisual pelo mundo. Atualmente, uma quantidade significativa de pessoas consome filmes e outros formatos a partir de streamings como a Netflix, Prime, HBO, dentre outros. Logo, valorizar, proteger os artistas e produtores, e todos os demais técnicos, que fazem esta “roda” girar, este ecossistema de relações sociais se consolidar, mais que uma necessidade, é urgência por todos nós.

Que mais Cineclubes surjam, completem anos de existência e tragam senso crítico para nossa população!

⚠️ A reprodução de conteúdo produzido pelo Portal Barbacena Online é vedada a outros veículos de comunicação sem a expressa autorização. 

Comunique ao Portal Barbacena Online equívocos de redação, de informação ou técnicos encontrados nesta página clicando no botão abaixo:

Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com tal monitoramento. Aceitar Saiba Mais