O silêncio se faz presente

A crônica de Débora Ireno Dias

Não consigo falar. A alma se cala, o sentimento abafa.  O coração acelera descompassado e sufoca o ar que entala a garganta. O grito preso.

Penso. Não penso. Sinto dor, sinto medo. Busco raciocinar sobre o que causa tanta dor, tanta raiva, tanta desumanidade. Falta amor. Falta o olhar. Falta o Outro.

Tempos ruins. Tempos difíceis. Tempos tristes.

Hoje é assim. No vazio. Sem palavras. Sem volteios. Vazio. Como vazio está o coração de quem perde a vida. Como vazia está a esperança de quem ainda caminha por estas estradas.

Busco silenciar o coração. Ele aperta dentro do peito. Busco o ar. Ele não vem. Estendo a mão. Sinto que Ele me alcança. Alcança minha alma e me ajuda a levantar para continuar o Caminho.

Rezo. Não peço. Brado mesmo! Brado a Deus para que haja humanidade. Unidade. Em busca de uma felizCidade. Felicidade!

Débora Ireno Dias

15 de março de 2019 – após a tragédia de Suzano….ataques terroristas na Nova Zelândia…2 meses após a Vale matar em Brumadinho…após as chuvas fazerem vítimas…após o fogo incendiar o Flamengo…após o Governo liberar as armas….

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