Chuvas em Barbacena: alagamentos no Pontilhão têm solução? (Parte II)

O Barbacena Online apresentou, no dia 01 de fevereiro, a primeira parte de reportagem que aborda os recorrentes alagamentos na região do Pontilhão. O Portal teve acesso a um relatório elaborado pela Polícia Civil, que evidencia os principais problemas no escoamento das águas pluviais e fluviais através de levantamento técnico.  Dando continuidade, na segunda e última parte, o Barbacena Online apresentará a situação do Pontilhão e do entorno, outros locais analisados e a conclusão da perícia. 

O PONTILHÃO – No Pontilhão propriamente dito, os peritos responsáveis pela análise constataram que a captação de água das chuvas na área não é suficiente para direcioná-la para o córrego (que não apresentou alagamento) situado atrás do Sacolão Center/Galeria/Lojas Teca: as bocas de lobo são estreitas e/ou obstruídas ou não tem rede compatível. O resultado é simples: acúmulo de água nas vias públicas, causando as enchentes.  

O córrego mencionado atravessa sob a rua José Nogueira e alcança a lateral esquerda e fundos da Delegacia Regional, passando, antes, por trás da Igreja Evangélica Assembleia de Deus e à esquerda da Distribuidora Campos, onde foi constatado o solapamento das margens.

Nos dias de alagamentos analisados pela Polícia Civil, o acúmulo de água nas vias invadiu os imóveis e alcançou o córrego. E, em frente à distribuidora, existe apenas um bueiro para dar conta de todo fluxo de águas, sem nenhum outro ponto escoamento, drenagem ou captação das águas pluviais, mesmo com a proximidade de córregos passando pela região. Isso significa o agravamento dos alagamentos, principalmente porque a Distribuidora Campos está no encontro entre o córrego que vem da Avenida Governador Bias Fortes e outro do Banco do Brasil, no Pontilhão. 

Seguindo o caminho e passando por uma galeria situada embaixo da Rua Marechal Floriano Peixoto os peritos constataram a presença de dutos despejando esgoto no leito, vindo dos imóveis do entorno. Também foi constatada a presença de canos e barras de ferro, de diversas espessuras, pela galeria, além de um cômodo que obstrui parcialmente o leito do curso da água.

OUTROS LOCAIS DE DESTAQUE – O relatório da Polícia Civil ainda analisou outros locais que chamam atenção. A galeria mencionada, por exemplo, chega quase no limite da Rua Bahia. Ali, foi constatada a presença gabiões (muros flexíveis constituídos por gaiolas metálicas formadas por fios de aço galvanizado preenchidas por pedras, que permitem a passagem de água sem perder a estabilidade) na margem direita, servindo como estabilizadores da margem do córrego. Um desses gabiões, porém, em um espaço de cerca de dez metros de extensão, foi danificado, vindo a tombar, o que contribuiu para solapar a região e assorear o leito, desestabilizando o curso de água.

Além disso, na saída dessa galeria a céu aberto, na Rua Padre Toledo, verificou-se várias obstruções e, no córrego da Rua Bahia propriamente dito, restos de materiais de construção. 

Outro ponto periciado foi próximo ao Parque de Exposições, onde foi constatado assoreamento do córrego e, às margens da rodovia, a presença de um galpão industrial sobre a galeria de águas, composta por três grandes vãos, com a central obstruída por troncos de árvores, vegetações, lixo doméstico – móveis, utensílios diversos, lixo industrial – pneus, restos de construção civil, entre outros. Os dois outros vãos também apresentavam suas embocaduras parcialmente obstruídas pelos mesmos materiais. 

Voltando à região do Pontilhão, um terceiro ponto analisado foi um curso de água, vindo da região da Cabana da Mantiqueira, que passa por baixo da linha férrea e desemboca já no bairro Passarinhos, onde está uma porção de córrego em que foi constatada a presença de lixo e assoreamento. O curso chega aos fundos da Rua Giovanni Caruso, entrando em um imóvel onde há uma galeria fechada de água, que canaliza o córrego e atravessa a Rua Olga Monteiro, no bairro Vilela, até uma boca de lobo no local, em que há o encontro com o córrego vindo dos bairros São Pedro e Santa Efigênia (foi constatado, nesse ponto, forte odor de esgoto doméstico).

No percurso através da Rua Olga Monteiro, cujo chão é de pedras e terras, foram verificadas bocas de lobo sem tampa, com embocaduras obstruídas e permitindo que o lixo doméstico descartado irregularmente vá para o interior da galeria. Além disso, verificou-se lixo descartado de maneira irregular ao ar livre.

CONCLUSÃO DA PERÍCIA – O laudo da Polícia Civil termina enfatizando que, com base no Mapa Hidrográfico, Mapa de drenagem urbana (esgoto/água pluvial), mapa topográfico, canalização dos córregos, Mapa de zoneamento urbano, estudo ambiental e da impermeabilidade urbana (asfaltamento, cimentação de canteiros), escala de rotina da Prefeitura de limpeza e conservação, dando atenção também aos índices de chuva, as autoridades competentes podem buscar as soluções viáveis para que as enchentes/inundações não voltem a acontecer e sejam prevenidas. A perícia pede atenção principalmente no trecho entre a Lupara Materiais de Construção e o Supermercado Beira Rio, na Avenida Governador Bias Fortes e em solucionar a deficiência de escoamento na região entre o Banco do Brasil e a Distribuidora Campos, na Rua Sena Madureira.

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