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Serra de São José: o incêndio que levanta reflexões sobre o atual momento climático

Por João Victor Silva Abreu, mestrando em Educação Científica e Ambiental (UFLA), com orientação do professor Doutor Delton Mendes Francelino, Coordenador da Casa da Ciência e Cultura de Barbacena e Diretor do Museu de Ciências Naturais Itinerante de Minas Gerais. 

Um incêndio de grandes proporções atingiu a Serra de São José na noite do primeiro domingo de outubro de 2025 (05/10), chamando atenção pelos impactos no entorno. As chamas persistiram até a quarta-feira seguinte (08/10), quando foram finalmente controladas por brigadistas e bombeiros militares, que atuaram em terra e pelo ar. Durante os momentos de maior intensidade, os termômetros registraram cerca de 35 °C, com baixa umidade e muita fumaça. O episódio ocorreu no auge do período seco em Minas Gerais, o que agravou a situação e evidencia um problema mais amplo: as secas prolongadas.

Os longos períodos de estiagem, que culminam na seca da vegetação, têm se intensificado ao longo dos anos. Dados indicam que a temperatura média aumentou cerca de 1,24 °C na última década, atingindo níveis superiores aos registrados desde o período das revoluções industriais. Isso reflete mudanças significativas no clima: as quatro estações do ano, antes bem definidas, têm perdido seus padrões e se tornado cada vez mais irregulares.

Embora existam casos em que a vegetação entra em combustão espontânea, a suspeita, segundo o portal G1, é de que o incêndio mencionado anteriormente tenha sido criminoso. A Serra é considerada um patrimônio natural e, nos últimos anos, vem sofrendo com pressões antrópicas, como a especulação imobiliária. Situações como essa colocam em risco toda a biodiversidade local e afetam diretamente a qualidade de vida nas cidades do entorno, com a piora da qualidade do ar e o aumento das temperaturas.

Diante das inúmeras catástrofes ambientais amplamente noticiadas, colocar fogo — por qualquer motivo — em uma região rica e diversa é um ato desumano, que afeta todo o entorno. Já está comprovado que áreas com cobertura vegetal, como a Serra de São José, que abriga uma Área de Proteção Ambiental, proporcionam melhor qualidade de vida à população ao seu redor. Além do impacto direto sobre a fauna e a flora, a perda é imensa, comprometendo diversas espécies. A região ainda abriga uma importante rede hidrológica que deságua no Rio Grande; perder a cobertura vegetal significa colocar em risco todo esse equilíbrio ambiental.

Não há mais como negar o momento crítico em que vivemos enquanto sociedade. Proteção ambiental e crise climática estão diretamente relacionadas, e precisamos agir sobre ambas se quisermos vislumbrar um futuro melhor. Não existe uma realidade em que o social se descole do ambiental: tudo está interligado, como uma grande teia. Quando um dos lados é afetado, todos sofremos — sobretudo aqueles em situação de vulnerabilidade.

A Serra de São José enfrenta escassez de mão de obra, assim como diversas outras unidades de conservação do país. É fundamental que o efetivo nesses locais esteja adequado para evitar desastres como o da última semana. E nós, enquanto cidadãos, temos o dever de cobrar ações efetivas das autoridades — mas também de cumprir o nosso papel na preservação do meio ambiente.

Para contato com a Casa da Ciência e da Cultura, basta enviar mensagem via whatsapp: (32) 98451 9914, ou Instagram: @casadacienciaedacultura/ @delton.mendes. O site é: www.casadacienciaedacultura.com.br

Apoio Divulgação Científica: Samara Autopeças e Anjos Tur – Turismo e escolares.



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