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O bem humorado conto natalino

Todos nós temos uma história natalina para contar. Elas traduzem momentos de alegrias e de tristezas. Regra geral. Hoje vou lhe contar uma que aconteceu comigo há tempos quando eu frequentava um Centro Espírita na cidade de Barbacena. Local que eu gostava muito pelo ambiente, da evangelização espírita, aulas, atividades transmissão da visão espírita sobre Deus, prece, Jesus e seus ensinamentos, as Leis Naturais, as Leis Morais, temas evangélicos, atendimento Espírita e temas de interesse das crianças e jovens (sempre sob a ótica espírita), procurando despertar e/ou desenvolver virtudes para uma vivência espiritualizada e sadia no lar e na sociedade, dentro da perspectiva do espírito imortal.

Era gratificante aprender as lições dos mestres Allan Kardec, Chico Xavier, Divaldo Franco, Joana de Angelis, Antônio Gonçalves da Silva, Bezerra de Menezes, Raul Teixeira entre muitos outros. Só não gostava de pensar em morrer, que me causava arrepios. Por favor não tente me convencer que a única certeza que podemos ter na vida é a morte. Voltando ao tema da minha história. Numa das reuniões foi proposto realizarmos uma festa natalina para as crianças carentes de Barbacena onde elas seriam presenteadas com brinquedos, cestas básicas, lanches, almoço, diversões e outras atividades.

O teor da reunião foi: “voluntários”. Nela, os sensos de solidariedade, fraternidade, caridade, altruísmo, colaboração e humildade deram a previsão de que a festa seria um sucesso. Todos se inscreveram para ajudar. Do projeto à sua realização. Eu me apresentei e pedi para trabalhar na cozinha.  No dia e bem antes da hora marcada lá estava eu para exercer a minha função. O Centro Espírita estava exuberante, muita luz, paz, alegria, felicidade e enfeites. Uma enorme Árvore de Natal ditava classe e beleza. Sorrisos enfeitam os semblantes de todos. No exterior do Centro Espírita já havia uma enorme fila daquelas pessoas que iriam receber a solidariedade humana.

Cheguei à cozinha apresentando-me como voluntário e antes das apresentações me entregaram um avental, uma toca, uma faca, uma bacia enorme e um saco de batata inglesa. Recebi a missão de descascar as batatas, lavá-las e repassá-las à outras equipes de apoio. Descontração total.  

O silêncio foi cortado pela presença da coordenadora nos informado que a meninada e alguns marmanjos estavam invadindo a área proibida onde ficava a Árvore de Natal. Ela parou de falar por instantes parecendo raciocinar. Silêncio total. Olhou para mim e ordenou: “Santana, tire esse avental, largue essa faca, você vai ter outra missão nesta festa. Eu preciso de alguém que intimide e espante a criançada que está invadindo o local onde está a Árvore de Natal. Pensei em quem poderia fazer essa função. Você é o único que possui o perfil de afugentar essa meninada. Você possui um semblante feio,  de homem mau, cara fechada, de poucos amigos e isso vai amedrontar as crianças. A sua função será a seguinte Santana, você vai ficar de pé perto da Árvore de Natal e não vai precisar fazer nada, pois a sua cara fechada vai espantar as crianças”. Pensei em retrucar: que mulher desaforada, prepotente, ditadora, nem tão bonita é. Recuei porque ela ocupava um cargo  muito importante num dos poderes constituídos de Barbacena.

Ao invés de ficar chateado, eu tive um ataque de risos e fui cumprir a minha nova missão. Pelo resultado  devo ser tudo que que ela falou, pois, quando cheguei todos se afastaram ficando a dois metros de distância da Árvore de Natal. Duas crianças tentaram passar pela linha imaginária quando ouvi a mãe delas dizer: “Fiquem quietos senão  aquele homem mau não vai dar presentes para vocês!”.

Pelo visto desempenhei muito bem a minha função e não precisei manter a minha cara de mau.  

 

(Fonte: Internet).

 

Francisco de Santana

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