Contra-Ataque: Galo mira o topo e Coelho joga pela permanência

Sérgio Monteiro

 

Galo mira o topo e Coelho joga pela permanência

 

A bola vai rolar. O Brasileirão começa nesse sábado e dois times mineiros estão na disputa. Em 38 rodadas, o futuro deles e dos demais participantes estará em jogo. As expectativas de Atlético e América são diferentes, mas as duas torcidas têm motivos para manter a confiança em alta e acreditar que o ano trará, além de muita emoção, boas notícias.

O argentino Nacho caiu nas graças da torcida atleticana e é um dos destaques do Galo nesse ano

O Galo chega ao Brasileirão como um dos candidatos ao título que não conquista há 50 anos. O único título conquistado pelo alvinegro foi em 1971, com Telê Santana como técnico e Dario como centroavante. De lá para cá, o time chegou ao vice-campeonato em cinco oportunidades, mas não conseguiu o bicampeonato que a torcida tanto espera.

Ainda surfando na onda dos altos investimentos feitos por parceiros milionários, o Atlético manteve o time que terminou o campeonato passado em terceiro lugar e ainda apresenta algumas novidades, com destaque para o meia argentino Nacho Fernández e o atacante Hulk, artilheiro do time na temporada. No banco, sai Sampaoli e entra Cuca, uma mudança não só de nomes, mas sobretudo de estilo de jogo.

O início da temporada atleticana foi bem conturbado. O retorno de Cuca dividiu a torcida e o ambiente esteve carregado até o treinador conseguir impor o seu estilo de jogo. A ruptura com a filosofia de jogo implantada por Sampaoli trouxe ao time uma inconsistência que é natural, mas que esbarrou na impaciência da Massa, ávida por grandes conquistas. Durante o período de adaptação, Hulk chegou a contestar o técnico publicamente, cobrando mais oportunidades entre os titulares, o que fez o caldeirão ferver ainda mais.

E foi justamente quando Cuca resolveu utilizar o atacante como referência na área, alterando o seu posicionamento em campo e oferecendo uma sequência de jogos, que o time se acertou. Daí pra frente, a paz começou a reinar e os resultados vieram. O time foi campeão mineiro e garantiu o primeiro lugar na fase de grupos da Libertadores. Em 21 partidas no ano, são apenas duas derrotas, sendo a última há mais de um mês.

Assim como na temporada passada, o Galo é apontado como um dos favoritos à conquista do Brasileirão, ao lado de Flamengo, Palmeiras e São Paulo, com os gaúchos Grêmio e Internacional correndo por fora. Cabe ao time fazer jus a esse status e colocar fim ao jejum de 50 anos que, certamente, incomoda o seu torcedor. A estreia será no domingo, às 11 horas, diante do Fortaleza, no Mineirão.

Em ótima fase, o artilheiro Rodolfo é uma das armas do América para a disputa do Brasileirão

Já o América chega ao Brasileirão com uma missão: permanecer na primeira divisão. Pelo trabalho de mais de um ano do técnico Lisca e pelo futebol apresentado desde a Série B do ano passado, as pretensões americanas podem ser ainda maiores e a vaga na Sul-Americana do ano que vem deve ser tratada no clube como meta. Isso daria uma visibilidade ao Coelho no cenário continental e traria uma receita extra.

Lisca chegou ao América no início de 2020 com um objetivo: levar o time de volta à Série A. A campanha na segunda divisão chamou a atenção e o título não veio por detalhes. Além disso, o time americano chegou à semifinal da Copa do Brasil, eliminando gigantes do futebol nacional, como Corinthians e Internacional. Uma condição inédita na história do clube e que confirmou o ótimo trabalho do treinador.

Trabalho esse que trouxe os holofotes para o América. Vira e mexe, Lisca tem que se esquivar de consultas de outros times da Série A. Para alegria da torcida americana, ele segue firme e forte no Coelho, alçando voos ainda maiores.

Pesa a favor, a continuidade do trabalho e a permanência de praticamente todos os titulares da temporada passada. O ponto negativo que pode comprometer a permanência do time na Série A e o sonho da vaga na Sul-Americana é que o elenco, embora tenha recebido alguns reforços, ainda tem carências. Alguns dos jogadores contratados não conseguiram ainda manter o nível quando são escalados. A diretoria precisa ficar atenta a essa questão, pois são 38 rodadas e elenco é fundamental no Brasileirão.

 

Imagens:

Créditos – Mourão Panda / América e Alessandra Torres/ AGIF

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