Os microrganismos que vivem dentro de nós!

“Nosso organismo possui grande número de bactérias, algumas das quais são benéficas e essenciais para o normal funcionamento.”

Por Sabrina Medeiros, participante do Laboratório de Escrita Criativa do Podcast “Falando de Ciência e Cultura”, membro do Centro de Estudos em Ecologia Urbana e Graduanda em Ciências Biológicas, no IF Barbacena, sob orientação do professor e pesquisador, Delton Mendes, coordenador do Centro de Estudos em Ecologia Urbana do IF Barbacena.

Nosso corpo é composto por uma série de células que formam tecidos e órgãos. No entanto, muitas pessoas não sabem que, além de nossas células típicas, existem outras que nos acompanham: as bactérias (seres vivos unicelulares). As células humanas representam aproximadamente 43% da contagem total de células do corpo e o restante são colonos microscópicos. Apesar de parecer estranho, nosso organismo possui grande número de bactérias, algumas das quais são benéficas e essenciais para seu funcionamento normal. A compreensão dessa metade oculta de nós mesmos está transformando rapidamente o entendimento de várias doenças, desde a alergia ao mal de Parkinson.

Os microrganismos que crescem em nossos corpos formam nossa microbiota, também conhecida como flora ou microflora. Estudos estimam que a microbiota dos seres humanos é extremamente rica e que existe cerca de um quilo de bactérias compondo esse sistema, valor considerável, uma vez que essas bactérias são seres unicelulares e microscópicos. Alguns autores acreditam que o número de microrganismos em nosso corpo é dez vezes maior que o das células humanas.

A concentração máxima dessa vida microscópica está nas “profundezas” escuras e sombrias de nossos intestinos sem oxigênio. É ingênuo pensar que carregamos tantas substâncias microbianas sem interagir ou ter qualquer efeito em nosso corpo. A Ciência está descobrindo rapidamente o papel do microbioma na digestão, regulando o sistema imunológico, prevenindo doenças e produzindo vitaminas importantes. Com isso, diversas curiosidades são despertadas e diversos assuntos são colocados em questão. Especificamente, cientistas descobriram recentemente que bactérias na saliva podem explicar por que nem todo mundo gosta de brócolis. Isso porque, o componente presente nessas verduras, que pertencem ao gênero Brassica, reage com enzimas da saliva, podendo originar odores desagradáveis.

Pesquisadores do órgão de pesquisa australiano Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation (CSIRO) descobriram que crianças com níveis elevados de compostos de enxofre são mais propensas a não gostar de comer verduras. Além disso, tal nível costuma ser semelhante de pais para filhos, o que significa que o desprezo por brócolis e afins pode ter alguma relação com a genética. A descoberta foi publicada em 22 de setembro de 2021 no Journal of Agricultural and Food Chemistry.

A medicina, assim como as outras ciências, está em constante evolução. Interessante pensar como seres microscópicos tão temidos podem, de forma parcial, modificar e muitas das vezes auxiliar no equilíbrio de nosso organismo, afetando diretamente em nossa sobrevivência. É necessário aprender a viver em equilíbrio, inclusive com as bactérias que nos habitam e que estão presentes no meio em que vivemos.

 

CARDOSO, V. M. O Microbioma Humano. Universidade Fernando Pessoa, Faculdade de Ciências da Saúde, Porto – 2015. Disponível em: https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/5545/1/PPG_21839.pdf. Acesso em: 19/11/2021.

LAURETTI, P. Bactérias do bem. Universidade Estadual de Campinas, Jornal UNICAMP, 2018. Disponível em: https://www.unicamp.br/unicamp/ju/noticias/2018/02/06/bacterias-do-bem. Acesso em: 19/11/2021.

REVISTA GALILEU. Bactérias na saliva podem explicar por que nem todo mundo gosta de brócolis. Ciência (globo.com), 2021. Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2021/09/bacterias-na-saliva-podem-explicar-por-que-nem-tudo-mundo-gosta-de-brocolis.html. Acesso em: 19/11/2021.

 

Apoio divulgação científica: Samara Autopeças e Barbacena Online.

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