Joaquim José da Silva Xavier, Tiradentes

Francisco Santana

Sentença condenatória contra José da Silva Xavier, Tiradentes.

 

“… E que seu corpo seja dividido em quatro partes e que sejam pregados em postes, pelo caminho de Minas Gerais, nas localidades de Varginha e Cebolas, onde o réu teve suas práticas, e mais nos lugares de maior população, até que o tempo também os consuma. Declaram o réu infame e seus filhos e netos, tendo-os e que seus bens revertam para o fisco e a Câmara Real. Que a casa em que vivia seja arrasada e depois, salgada, para que nunca mais no chão, se edifique e, não sendo própria, seja avaliada, e paga a seu dono pelos bens confiscados. No mesmo chão se levantaria um padrão pelo qual se conserve em memória a infâmia deste abominável réu”.

Entre todos os envolvidos na Inconfidência Mineira, apenas Tiradentes foi morto. “Ele foi esquartejado após ter sido condenado à morte por sua atuação na Inconfidência Mineira, uma conspiração organizada pela elite da Capitania de Minas Gerais contra o controle colonial dos portugueses. Os mineiros estavam insatisfeitos com a política fiscal de Portugal, desejando livrar-se do domínio português para estabelecer uma república. Dentista, amador e militar, Tiradentes atuou como propagandista da Inconfidência e foi preso no Rio de Janeiro, após denúncia de Joaquim Silvério dos Reis, em maio de 1789. Permaneceu preso por três anos até ser condenado à morte por enforcamento. Teve o seu corpo esquartejado pelas autoridades coloniais portuguesas.”

A denúncia da conspiração fez com que os envolvidos fossem presos, incluindo Tiradentes, preso no Rio de Janeiro, em maio de 1789, após denúncia de Joaquim Silvério dos Reis, que delatou o local onde o alferes se abrigava na capital. Com a prisão de Tiradentes e de outros inconfidentes, foi iniciada a devassa. Essa investigação se estendeu por três anos, e, durante esse período, foi constatado que Tiradentes atuava como propagandista da conspiração, procurando conquistar apoiadores para o movimento. Tiradentes foi o único dos presos a não negar o seu envolvimento, assumindo que alterava sua forma de se comunicar para persuadir as pessoas com quem falava. Tiradentes ficou marcado por sua boa capacidade de comunicação e por ser um defensor tenaz da Inconfidência Mineira. Alguns historiadores também afirmam que, durante os interrogatórios, muitos dos envolvidos denunciaram o papel de Tiradentes na conspiração. Com isso, quando as sentenças foram anunciadas em 18 de abril de 1792, Tiradentes foi um dos condenados à morte. A Coroa portuguesa, por sua vez, usou esse caso para promover um grande espetáculo, e só a leitura da sentença durou 18 horas.

A sentença dos inconfidentes saiu em 1792 e determinava a pena de morte por enforcamento a dez pessoas Dias depois, veio um perdão real, emitido por D. Maria, rainha de Portugal. O perdão reduzia a pena de todos os condenados à morte para prisão ou degredo (expulsos do Brasil). Somente uma pena de morte foi mantida: a de Tiradentes. Atribui-se esse fato de Tiradentes não pertencer à elite mineradora e, portanto, não possuir influência na Coroa e, a de que, por falar abertamente do seu envolvimento na conspiração durante o interrogatório, Tiradentes foi considerado um elemento perigoso pela Coroa e, por isso, deveria ser eliminado. Assim, Tiradentes foi usado como bode expiatório pela Coroa Portuguesa. Ele foi enforcado na manhã de 21 de abril de 1792, na cidade do Rio de Janeiro. Em seguida, teve o corpo esquartejado em quatro partes e espalhado pela estrada de acesso a Ouro Preto. Sua cabeça foi exibida em uma estaca colocada na praça central da cidade de Vila Rica.  “A condenação de Tiradentes foi utilizada como demonstração de força da Coroa para evitar que futuras rebeliões acontecessem”.

Dados sobre Tiradentes:

 

Joaquim José da Silva Xavier, mais conhecido como Tiradentes, foi um dentista, tropeiro, minerador, comerciante, militar e ativista político nascido no então Estado do Brasil, ainda uma colônia portuguesa, que atuou nas capitanias de Minas Gerais e Rio de Janeiro.

 

Nascimento: 12 de novembro de 1746, Ritápolis, Minas Gerais.

Falecimento: 21 de abril de 1792, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

Conhecido por: mártir da Inconfidência Mineira.

Ideias notáveis: Independência do Brasil Colônia do Império Português.

Filhos: Joaquina da Silva Xavier, João de Almeida Beltrão.

Pais: Maria Paula da Encarnação Xavier, Domingos da Silva Santos.

Irmãos: Antônia Rita de Jesus Xavier, José da Silva dos Santos, Maria Vitória de Jesus Xavier, Domingos da Silva Xavier, Catharina da Encarnação Xavier e Antônio da Silva e Santos.

(Fontes: Livro “Confidências de um Inconfidente” ditado pelo Espírito de Tomás Antônio Gonzaga/Si te “Brasil Escola).

⚠️ A reprodução de conteúdo produzido pelo Portal Barbacena Online é vedada a outros veículos de comunicação sem a expressa autorização. 

Comunique ao Portal Barbacena Online equívocos de redação, de informação ou técnicos encontrados nesta página clicando no botão abaixo: