Em trabalho realizado no Laboratório de Biologia da Conservação do Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais – Campus Barbacena, foi estudado por estagiários em conjunto uma equipe de pesquisadores de diferentes instituições brasileiras, a evolução e a dispersão do vírus SARS-CoV-2 no município de Barbacena e no Estado de Minas Gerais.
A pesquisa, que teve como intuito principal o comportamento do vírus, foi realizada diariamente, desde o mês de março do último ano (2020) e utilizou os dados do Brasil e do mundo através das fontes primordiais: Organização Mundial da Saúde, Johns Hopkings University & Medicine, Washington University, Worldometer, Rastreador COVID 19, Our World In Data e ECDC Europa. Já em análises brasileiras, os dados utilizados foram do Ministério da Saúde, da Fiocruz, das Secretarias Estaduais de Saúde e do Observatório COVID-19.
Segundo o trabalho, em Barbacena, o índice de letalidade (número de mortos entre o número de casos diagnosticados com o vírus causador da doença, ao longo de determinado período de tempo) do covid-19 é aproximadamente 2,11%. Ou seja, há uma tendência de leve aumento do mesmo na cidade. Também foi constatado que a política de afastamento social e higienização sistemática abordada pelo Ministério da Saúde tem se mostrado eficaz, além do uso de máscaras que também foi comprovada como barreira física para que a pessoa assintomática não espalhe o vírus.
A pesquisa destaca que: “com a ampliação do número de testes e a disseminação do vírus em Barbacena, é possível que a curva de casos fique mais acentuada nos próximos dias. É esperado o aumento no número de casos confirmados o que poderá atingir cerca de 3.203 e aumento do número de óbitos que poderá atingir 76 nos próximos cinco dias”. Além disso, há um pequeno aumento da média móvel de casos e uma leve redução na média móvel de mortes causadas pelo vírus. Os locais com maior índice de concentração de números de casos confirmados no município é no bairro Centro, com 8,05% do total de confirmados, no período de 01/01/2021 e 28/01/2021.
Já nos municípios da Microrregião, o maior número de casos da covid-19, foi o da cidade de Carandaí, com 472 confirmados. Após, vem Antônio Carlos com 283, seguida de Alto Rio Doce que está no ranking do maior número de óbitos, sendo então o terceiro maior índice de letalidade (12 óbitos e 6,94%) pelo vírus.
No geral, foi verificado que em Minas Gerais, o índice de letalidade da covid-19 é em média 2,05%, e constatou-se também uma tendência de leve redução no mesmo, com 14.939 óbitos. Mas, com a ampliação do número de testes e com a disseminação do vírus para o interior, é possível que chegue em até 16.223 óbitos nos próximos cinco dias.
O trabalho foi realizado pelos pesquisadores Geraldo Majela Moraes Salvio, Dr. Helder Antônio da Silva e Dr. José Emílio Zanzirolani de Oliveira. Em resumo, o relatório com dados até ontem (01), pode-se perceber de Barbacena:
“- A Média Móvel de Casos apresenta leve aumento e a Média Móvel de Óbitos apresenta leve redução em relação aos 14 dias anteriores;
– O perfil das pessoas recuperadas é formada por jovens na faixa etária entre 10 e 19 anos (56,1%) e sem fator de risco (49,02%);
– O perfil das pessoas contagiadas é formada por jovens na faixa etária entre 10 e 19 anos (46,1%) e sem fator de risco (46,11%);
– O perfil das pessoas que vieram à óbito é formada por idosos na faixa etária entre 60 e 79 anos (46,0%) e com fator de risco (71,43%);
– Observa-se maior concentração do número de casos confirmados no Bairro Centro, com 8,05% do total de casos confirmados entre o dia 01/01/2021 e 28/01/2021;
– Constata-se que o Município de Carandaí apresenta o maior número de casos (472), seguido de Antônio Carlos (283), já o Município de Alto Rio Doce apresenta o maior número de óbitos, tendo o terceiro maior índice de letalidade (12 óbitos e 6,94%);
– Com 95% de confiança, comprova-se aumento da previsão do número de casos confirmados em Barbacena em relação ao previsto no dia 01/02;
– As políticas de afastamento social, higienização sistemática das mãos e uso de máscaras, adotadas pelo Ministério da Saúde, têm se mostrado eficaz. No entanto, os números se apresentam em elevação, devido às aglomerações ocorridas, e que infelizmente, ainda continuam a ocorrer no interior de algumas residências”.