Contra-Ataque: O Galo pode até não encantar, mas ainda canta. E alto!

Sérgio Monteiro

 

 

Classificado para as oitavas de final da Libertadores e da Copa do Brasil e no G-4 do Brasileirão. O Galo chega ao final de maio com a sensação de dever cumprido até aqui. O sentimento poderia ser de tranquilidade absoluta, mas o desempenho e os feitos obtidos no ano passado ainda são um fantasma que assombra o técnico argentino Antonio Mohamed. O título da Supercopa e o tricampeonato mineiro não bastam e por isso mesmo não foram capazes de reduzir a expectativa da Massa, que quer ainda mais.

De onde se espera, é que se cobra e parte da torcida sabe que esse time pode mais. Daí o incômodo com o trabalho de ‘El Turco’ Mohamed. De fato, o rendimento do time, em comparação com a última temporada, caiu. Mesmo com um aproveitamento acima de 75% e dois canecos a mais na galeria, a comparação com 2021 é inevitável e essa fatura cai nas mãos do treinador. Inevitável também que seja assim.

Até porque o time titular é praticamente o mesmo, embora o elenco tenha sofrido mais baixas do que ganhos. Do meio-de-campo para frente, o plantel está enfraquecido, ainda mais se levarmos em consideração as constantes lesões que vêm desfalcando a equipe. Por sorte, há um certo Givanildo que nunca machuca. E ele continua o mesmo. Ou até melhor.

Aliás, vamos aqui abrir um parêntese para falar de Hulk. O atacante desfila o seu potencial há um ano e meio em Minas, mas consegue nos surpreender a cada jogo. Parece mesmo de outro planeta. Ídolo por merecimento, ele nos faz repensar aquela história de todo menino querer ser o seu ídolo um dia. Na verdade, todo atleticano quer ter o Hulk no time por mais um dia. Por vários dias. Por anos. Eternamente.

Voltemos, porém, ao cenário atual do time. Parece-me nítido que o Galo de Mohamed não encanta. Mas ele ainda canta. E pode cantar bem alto novamente. Essa é a esperança de seu torcedor, que com inteira justiça sonha com mais taças até o final da temporada. Aliás, diga-se de passagem: o Galo e sua Massa nunca deixaram de cantar. Até mesmo nas piores condições, sempre ecoou por Minas e pelo Brasil o canto alvinegro, capaz de reverter jogos e de eliminar “classificadaços”. Esse é um canto que sai da garganta repleto de amor e de esperança.

Pelo que se desenha até aqui, a temporada não repetirá a “tranquilidade” de 2021 para o atleticano. Será com doses de emoção e sofrimento, o que não chega a ser nenhum problema quando se trata de Atlético. Superar obstáculos faz parte do DNA alvinegro desde sempre e estamos preparados.

Ainda que o time hoje encontre mais dificuldades para chegar às vitórias, é inegável que continue sendo um dos melhores do Brasil. Mas o flerte constante com o tropeço faz com que outros adversários, além de Palmeiras e Flamengo, se tornem ameaças a novos triunfos nas competições nacionais. São os casos de Corinthians e São Paulo, por exemplo. Tanto no Brasileirão quanto na Copa do Brasil, a disputa promete ser mais acirrada do que foi no ano passado. Na Libertadores então, nem se fala. Das oitavas em diante, vamos precisar, além de Hulk, do coração em dia.

Por isso mesmo, é preciso que o time use da maior força do Atlético nesses 114 anos de existência: a raça. Se está mais difícil se impor aos adversários, que o coração alvinegro bata mais alto na ponta da chuteira de cada jogador. Porque estamos vivos, mesmo com um técnico bem abaixo do que podíamos ter esse ano. Mas se a diretoria decidiu abraçar o treinador até o fim, nós somos capazes de ir juntos. Afinal, já abraçamos Mexericas, Sergipanos e Curês. Não vai ser um turco qualquer que vai nos desunir. Vamos juntos. Pelo Galo. Por amor.

 

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Crédito – Pedro Souza/Atlético

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