A Arte como resistência diante das dificuldades de “ser mulher” no mundo contemporâneo

Por Sara Savernine, Artista, Tatuadora e Fotógrafa, a convite do Professor Doutor Delton Mendes Francelino, criador da Casa da Ciência e da Cultura de Barbacena e Coordenador do Centro de Estudos em Ecologia Urbana do IFET, Campus Barbacena (Instagram: @delton.mendes)

No mundo contemporâneo, muitas dificuldades ainda são percebidas por nós, mulheres, em todas as áreas, para conseguirmos direitos equitativos em relação aos homens. Pesquisas, inclusive da ONU (Organização das Nações Unidas) revelam que pelo mundo as disparidades ainda são enormes entre acesso a direitos básicos por homens e mulheres, inclusive no mercado de trabalho, na ciência e tanto outros campos.

Bem, me chamo Sara Savernine, tenho quase 24 anos e sou Tatuadora e Fotógrafa. Fui convidada pelo Dr. Delton Mendes para falar um pouquinho sobre mim, meu trabalho e como é ser mulher, e mãe, nesse mundão, nos dias de hoje. Achei interessante, então, contar para vocês minha história bem do início.

Quando criança, não tive uma infância lá muito fácil. Vivenciando alguns traumas e desafios no caminho, eu sempre recorri à arte como refúgio, era uma constante que me permitia explorar e sentir. Cheguei a escrever diversas poesias, a bordar e pintar, todavia, foram os desenhos e mais variados rabiscos que me acompanharam por toda vida. Aos 15 me apaixonei pela tatuagem ao realizar em mim mesma meus primeiros traços. Desde então nunca mais parei de estudar e me apaixonar pelos mais variados estilos.

O mundo virou de “cabeça pra baixo” quando, aos 16, descobri a gravidez do meu primogênito, então, decidi abdicar desse sonho e guarda-lo na caixinha pelos seguintes 2 anos e meio, e me dedicar completamente à maternidade. Foi “enlouquecedor” e incrível como só maternar pode ser. Quando decidi voltar a me dedicar à minha carreira profissional no ramo da tatuagem, tive o prazer de encontrar no caminho meu maior incentivador, sócio e noivo: juntos compartilhamos conhecimentos e experiências únicas, abrindo do zero nosso primeiro estúdio, e continuamos em constante aprendizado e evolução. O estúdio é aqui em Barbacena.

No meio desses anos, tivemos ainda nossa filha caçula, e apesar de pausar novamente minha vida profissional, foi por um tempo menor e também necessário. Além disso, pude me dedicar a um antigo hobby, que veio a se tornar um segundo trabalho: a fotografia.

Há uma frase que diz: “O amadurecimento pessoal não é medido pelo tempo apenas, mas também pelos caminhos percorridos e pelas pessoas que encontramos.” Isso resume bem a minha caminhada até aqui. Hoje, como mulher, em um ramo predominantemente masculino, eu encontro diversos desafios, mas também pude admirar outras mulheres fazendo cada vez mais parte desse espaço, ressignificando e contribuindo de forma única para a arte e para o mundo.

Finalizando, a mensagem que eu posso deixar para todos que estão lendo este texto, mas principalmente para as mulheres e mães, é que o medo e a insegurança sempre vão estar lá, mas você só realizará seus sonhos, ou saberá se o resultado de seus esforços vai dar certo, se você fizer continuamente e tentar incessantemente. Caso contrário a resposta será sempre a mesma e você estará sempre no mesmo lugar. Daqui a um ano, ou cinco, você desejará r estar no mesmo lugar, ou pretende vivenciar coisas novas, aventuras diferentes? Embora a sociedade seja ainda machista, patriarcal, é importante sempre lutarmos contra tudo que nos aprisiona e, espero, que este artigo seja um incentivo para todas vocês que o leem agora! Quem desejar acompanhar meu trabalho, basta me seguir no Instagram: @savernine.tattoo.

Apoio divulgação científica: Samara Autopeças, Jornal Barbacena Online e SEAM – Serviços Ambientais.

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