Você sabia que as narinas das baleias ficam no alto de sua cabeça e que elas têm pulmões?

Por Julia Gonçalves, membro do Centro de Estudos em Ecologia Urbana e Graduanda em Ciências Biológicas, no IF Barbacena, sob orientação do professor e pesquisador, Delton Mendes

As baleias são animais marinhos fascinantes que podem medir até 30 metros de comprimento e pesar toneladas. Apesar de serem chamadas de peixes, fazem parte do grupo dos mamíferos marinhos, pertencentes à ordem dos cetáceos, que também engloba os golfinhos e os botos.  As primeiras baleias apareceram há aproximadamente 30 milhões de anos e muitas variedades vivem até a atualidade, sendo, algumas espécies, os maiores seres vivos da Terra. Sua estrutura óssea é semelhante à dos mamíferos terrestres, de tal forma que suas nadadeiras são membros locomotores atrofiados, sem dúvidas provenientes do período em que seus ancestrais tinham hábitos terrestres. Hoje, a cauda é seu principal órgão de locomoção pela água. 

Diferentemente dos seres humanos que não permanecem mais que alguns poucos minutos sem respirar se submersos, as baleias tiveram, ao longo de sua jornada evolutiva, diferentes adaptações fisiológicas e anatômicas para viver na água por longos períodos, como sua grande capacidade pulmonar. Ao contrário dos peixes, as baleias respiram pelos pulmões, por isso, de tempo em tempo, precisam subir à superfície para respirar e, consequentemente, realizar suas trocas gasosas. Segundo o Instituto Oceanográfico da USP (2019): “a Baleia Franca […] pode permanecer 40 minutos e mergulhar a mais de 600m de profundidade, mas o campeão é sem dúvida nenhuma o Cachalote que pode mergulhar a 2250m e manter a respiração por 80 minutos […]”.

Quando as baleias e os demais cetáceos sobem à superfície temos a idéia de que elas ejetam água, mas na verdade o que fazem é respirar. As narinas desses animais ficam no alto da cabeça e, basicamente ao subirem para a superfície para respirar, soltam o ar quente que, em contato com o ar frio da atmosfera, condensa-se, transformando-se em gotas de água. De acordo com a revista Super Interessante (2017), “nas baleias maiores, como a azul, esse borrifo pode chegar a 9 metros de altura. Aliás, é pelo borrifo que os caçadores estimam a localização, a espécie e o tamanho das baleias – em geral, quanto maior a baleia, maior o borrifo. Mas, além da altura, eles ficam de olho no formato: o borrifo da baleia franca, por exemplo, tem formato de V.

Segundo com o pesquisador Joe Roman, da Universidade de Vermont, “durante muito tempo, as baleias foram consideradas muito raras para fazer uma grande diferença nos oceanos. Isso foi um erro.” A cada dia, a ciência vem mostrando que essas criaturas possuem um papel vital para o nosso planeta. Ainda segundo o cientista, as “baleias têm uma influência poderosa e positiva no armazenamento global de carbono e na saúde dos oceanos” além de outras funções. Nesse sentido, é importante lembrar que todos os organismos vivos, grandes ou pequenos, desempenham papeis elementares no equilíbrio ecológico e a falta de qualquer um dos elos dessa imensa e ainda pouco conhecida rede biofísica, pode ser extremamente prejudicial para a manutenção e o equilíbrio da vida.

Apoio divulgação científica: Samara Autopeças e Barbacena Online

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