Por Débora Ireno Dias
Gosto de ir ao mercado. Mesmo com os preços acima do permitido para a maioria dos brasileiros, gosto de ir pelo simples fato de ver pessoas, encontrar causos e garimpar promoções. Algo semelhante ao que Mamãe faz nas feiras de sábado.
Dias destes, passando pela sessão de utilidades domésticas, fui interpelada por uma jovem senhora – que conversava com outra pessoa pelo celular – e logo foi me mostrando um conjunto de xícaras diferente, numa cor e modelos atraentes ao olhar. Ela me perguntou o que eu achava daquilo, se era bonito e afins. Assustei a princípio, até porque eu não estava num momento bom – havia saído da psicóloga e ainda estava assimilando minhas dores. Mas a mulher muito sorridente insistia em saber minha opinião. Rendi-me: falei que realmente era um lindo conjunto. E começamos a conversar sobre cafés, bolos e pães caseiros, mesa posta. Despedi-me dela. Com um sorriso, ela me disse: “e o mais bonito é que não precisamos esperar um dia especial para usar, é só fazer o café e por a mesa, chamar os amigos; isso é especial”.
Lição do dia: os momentos especiais são todos aqueles em que nos deixamos levar por um sorriso, partilhando um café com bolo ou um prato de comida, ou uma música, que seja. Momentos especiais não precisam ser muito elaborados. Precisam ser vivenciados a cada instante. Precisam ser valorizados por se estar com quem se ama ou estar com alguém que lhe trouxe “apenas” um sorriso no meio da tarde, num mercado. Ah, consegui esquecer um pouco a minha dor após este “café”.