São muitas as reclamações dos barbacenenses quanto à infraestrutura deficitária da cidade, principalmente diante da quantidade de buracos nas ruas tanto nas áreas centrais, quanto na periferia e também na zona rural. O fato gerou, inclusive, uma movimentação formal da Câmara de Vereadores solicitando ao prefeito Luís Álvaro a exoneração da atual Secretária Municipal de Obras Públicas, Giovana Zappa.
Para esclarecer alguns pontos de questionamentos, Giovana concedeu entrevista ao Contato Direto, da Rádio Sucesso na semana passada. Ela, que é funcionária efetiva da Prefeitura de Barbacena há 8 anos, disse que sua exoneração cabe única e exclusivamente ao Prefeito Municipal.
Com a estiagem das chuvas a Secretaria de Obras já tem um planejamento para trabalhar. “O planejamento daqui para frente, considerando o fim do período chuvoso, as perspectivas são as melhores possíveis, tudo o que precisava ser feito para criar uma estrutura, de fato, possível de resolver problemas, foi criado. Acredito que de forma muito organizada como a gente vem fazendo é possível avançar”. Outra ação será uma campanha de conscientização para a população em relação ao descarte do lixo. A Semop divulga seus trabalhos através da internet, no site da Prefeitura e também através do perfil de instagram @semopinho.
O Barbacena Online selecionou os pontos principais da entrevista, leia:
ESTRUTURA VIÁRIA – Com mais de 350 quilômetros de ruas, sendo apenas 200 com asfalto, muitas vezes antigos, os buracos vêm tomando conta de muitos lugares. Uma das promessas do Prefeito era a reativação da Usina de asfalto, fato esse concretizado recentemente através de uma parceria com o DER. Em 2018 eram fabricados 2 caminhões de massa asfáltica por dia, sendo que em 2019 essa capacidade duplicou, muito em função das demandas ocasionadas pelas chuvas. Em muitos lugares a população questiona a qualidade do produto colocado. A Secretária explicou que o asfalto frio devido ao baixo custo, um terço do valor do asfalto quente, permite que com o mesmo recurso, possa produzir uma maior quantidade de asfalto. “É isso que vai dar condições de fazer as operações tapa-buracos em toda a cidade”. Questionada sobre a qualidade, Giovana confirmou que em alguns locais houve problema com o asfalto colocado, porém, muito mais devido à localização (nas laterais das ruas) e não à qualidade do produto. Todos os pontos que apresentaram problemas foram levantados para que as equipes façam o reparo.
BAIRROS – Sobre as reclamações de que a periferia estaria esquecida pela Secretaria, Giovana explicou que o asfalto frio tem o tempo de cura bem parecido com o concreto e que, por isso, não pode molhar, o que impossibilitou o andamento dos trabalhos nos meses de fevereiro e março. “Dessa forma conseguimos, em janeiro, realizar um trabalho que funcionou muito bem por conta do período sem chuva, com 16 dias úteis de trabalho foram percorridos mais de 42 km de rua com a operação tapa-buraco 200 km ruas de asfalto”. No planejamento já traçado, a ideia é percorrer primeiro os corredores principais e em seguida dar continuidade nos bairros, ainda no mês de abril.
Em alguns locais, como o bairro Nova Cidade, Giovana explicou que requer um trabalho em conjunto com o SAS para fazer a drenagem das ruas e que todas as equipes devem se concentrar no bairro de uma única vez para que se obtenha o resultado esperado já pois somente a operação tapa-buracos não seria suficiente.
ALAGAMENTOS NO PONTILHÃO – Com as recentes chuvas, que concentraram grande volume em um pequeno espaço de tempo, ruas ficaram alagadas. O fato foi mais frequente e significativo no Pontilhão. De acordo com a Secretária, o córrego que passa pelo local já foi mapeado, desde seu início que é na região da Cabana, e que nos locais onde o canal é livre as equipes já iniciaram trabalhos de inspeção e limpeza. O problema no local é antigo e agravado pelo lixo acumulado nos bueiros e construções sobre o córrego. Assim que a primeira etapa for finalizada é esperado um projeto para minimizar os danos no local.
ZONA RURAL – A atual gestão, segundo Giovana, assumiu a secretaria de obras com pouca infraestrutura, a princípio sem o maquinário adequado. Agora, já em condições de atender as demandas, a secretaria teve que aguardar a estiagem para atuar nas estradas vicinais. O trabalho será feito em parceria com a Secretaria de Agricultura. “Ano passado já foi possível fazer algumas coisas, mas durante a chuva os problemas acontecem e a gente fica de mãos atadas. Infelizmente a gente precisa contar com a paciência das pessoas e aguardar que a chuva pare. ”
ESCOLA TONY MARCOS – Sobre o muro da Escola Tony Marcos, ela esclareceu que o trabalho foi realizado em duas etapas. Em um primeiro, ainda no ano passado, com muita dificuldade, para liberação do espaço para que as obras iniciassem, com a dificuldade financeira da Prefeitura e também as chuvas. Já este ano, em um segundo momento, após um alinhamento interno na Prefeitura, a expectativa é de finalizar o muro até o final do próximo mês.