Libertas quæ sera tamen… Nascemos, nós mineiros, com a liberdade no inconsciente.
E foi assim que, nos idos de setenta, aqueles cabeludos metidos a hippies, fizeram a travessura de invadir o templo rococó em plena noite de breu. E lá desvestiram os santos de suas capas e roupas de veludo italiano e cetim. Roubaram tudo!*
As musas lhes fizeram do saque, coletes, ponches e calças pantalonas.
Para se vingarem das palmatórias seguidas afligidas nas aulas de latim nos seminários e internatos celibatários, agora já adultos, eles combinaram seguir a procissão de Corpus Christi.
Conjurados, pois!
Inconfidentes para com os padres.
Foram!
Iam atrás do cortejo. Os anjinhos com incensos nas mãos coravam aleluias. E eles lá atrás replicavam: “Liberdade, liberdade, Bicho! E paz e amor para todo mundo.”
Pobres moços! De tanto fumar maconha morreram tísicos… Mas seus últimos suspiros lhes aliviavam as neuroses: “Liberdade Ainda Que Tardia”.
Nesta Barbacena dos Loucos é cada “causo” que se conta…
*Nos anos 80 me juraram em relato que isto aconteceu naquela igreja que guarda os mortos.
Leonardo Lisbôa
Barbacena, 18/05/2018
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NOTA DA REDAÇÃO: Leonardo Lisbôa é professor da rede pública de ensino de Minas Gerais. Fez sua especialização em História na UFJF e seu mestrado em psicopedagogia na Universidade de Havana, Cuba. Publica textos também no sítio www.recantodasletras.com.br onde mantém duas escrivaninhas (Perfis): o primeiro utilizando o próprio nome ‘Leonardo Lisbôa’ e o segundo o de ‘Poesia na Adega’. Registro no CNPq: http://lattes.cnpq.br/0006521238764228