Por que hoje é tão importante aprendermos uma segunda língua? Reflexões sobre o mundo globalizado e a interculturalidade

Por Maria Eduarda Malvar Porto, graduanda em Letras na UFSJ/ educadora no Instituto Curupira e Delton Mendes Francelino, Diretor do Instituto Curupira e Coordenador do Centro de Estudos em Ecologia Urbana do IF Barbacena, MG.

O mundo das recentes décadas mudou significativamente, passando a ter como cerne as trocas constantes de culturas, saberes e práticas sociais. O surgimento da internet e o fortalecimento da “Sociedade em Rede”, interconectada e com alto fluxo de informações tornou os hábitos humanos contemporâneos muito diferentes dos que eram notados no começo do século XX, por exemplo. Tudo isso nos traz um questionamento: se o mundo está mais interconectado e interculturalizado, de que maneira podemos nos comunicar efetivamente com outras pessoas, de outras nacionalidades, de outros países?

Aprender outras línguas, ou uma segunda língua além da nossa, tornou-se mais que uma necessidade, um pressuposto importante para entender a dinâmica mundial. Hoje, muitas pessoas buscam aprender o Inglês, por exemplo, não meramente para fins de trabalho, mas para discernimento, engajamento no mundo, diversão, curiosidade, dentre vários outros aspectos. Embora o ensino de línguas em escolas não consiga cumprir efetivamente o objetivo de popularizar línguas não nativas, é interessante pensar que já há algum tempo escolas públicas já oferecem disciplinas obrigatórias para segundas línguas.

Diante de toda esta realidade você pode estar pensando: mas eu sou brasileiro, não pretendo ir para outros países, por qual motivo, então, preciso aprender outra língua? De fato, não precisa. E é relevante que todos saibamos reconhecer nossas necessidades e interesses. Não é nosso objetivo, neste artigo breve, defender que todos devem, obrigatoriamente, saber outras línguas, mas sim, estimular as pessoas a pensarem sobre isso e, quem sabe, lançar o debate sobre condições socioeconômicas e Políticas Públicas para que pessoas mais carentes possam ter acesso a cursos/práticas de aprendizagem de uma segunda língua para além do processo escolarizante. No Instituto Curupira, por exemplo, oferecemos esta possibilidade, há pouco mais de 2 anos e os resultados têm sido muito significativos.

Vale frisar que em nosso território existem vivas ainda centenas de línguas de nações indígenas, que sobreviveram a todo o processo espoliativo da colonização europeia. Precisamos decolonizar, entender o espaço dessas culturas e a necessidade de sua valorização. Por que não aprendermos, ou nos dedicarmos a entender um pouco mais acerca das línguas de nossas nações indígenas? É um outro caminho bem interessante. A língua Inglesa ainda é a língua franca em maior uso na atualidade e, por isso, pode ser interessante recurso para inserção no mundo globalizado; todavia, cabe sempre o olhar particular de todos nós sobre aquilo que nos motiva, que nos estimula a aprender, afinal, a linguagem é uma das mais significativas maneiras de nos inserirmos no mundo no qual estamos!

Apoio: Samara Autopeças e Jornal Barbacena Online

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