- Quais são as principais características do desenvolvimento físico das crianças de 2 a 3 anos?
À medida que o equilíbrio e coordenação da criança aumentam, ela é capaz de saltar ou saltar de um pé para o outro quando está correndo ou andando. Nesta fase é mais fácil manipular e utilizar objetos com as mãos, como um lápis de cor para desenhar ou uma colher para comer sozinha. Sendo assim, incentive! Nesta faixa etária também começa gradualmente a controlar os esfíncteres vesical e anal (o xixi e o cocô).
- Quais são as principais características do desenvolvimento intelectual/cognitivo das crianças de 2 a 3 anos?
Esta é uma fase de grande curiosidade, sendo muito frequentes os “Por quê?”. Sendo assim, tenha paciência! À medida que se desenvolvem as suas competências linguísticas, a criança começa a exprimir-se de outras formas, que não apenas a exploração física, o que ajuda em seu desenvolvimento cognitivo. Já é capaz de produzir regularmente frases de 3 e 4 palavras. A partir dos 32 meses, já é capaz de conversar com um adulto usando frases curtas e de continuar a falar sobre um assunto por um breve período. Inicia-se aqui o desenvolvimento da consciência de si: a criança pode referir-se a si própria como “eu” e pode conseguir descrever-se por frases simples, como “tenho fome”. A memória e a capacidade de concentração aumentam (a criança é capaz de voltar a uma atividade que tinha interrompido, mantendo-se concentrada nela por períodos de tempo mais longos). A criança começa a formar imagens mentais das coisas, o que a leva à compreensão dos conceitos e, com a ajuda dos pais, vai sendo capaz de compreender conceitos como dentro e fora, em cima e embaixo. Por volta dos 32 meses, começa a apreender o conceito de sequências numéricas simples e de diferentes categorias (p .ex. 10 maçãs vermelhas, 5 bananas amarelas, etc.).
3) Quais são as principais características do desenvolvimento social das crianças de 2 a 3 meses?
A mãe é ainda uma figura muito importante para a segurança da criança e ela costuma não gostar muito de estranhos. A partir dos 32 meses, a criança já deve reagir melhor quando é separada da mãe, para ficar com outra pessoa, embora algumas crianças consigam este progresso com menos ansiedade do que outras. A criança já imita e tenta participar dos comportamentos dos adultos (p. ex., lavar a louça, pentear-se, etc. Já é capaz de participar em atividades com outras crianças, como por exemplo, ouvir histórias.
4) Quais são as principais características do desenvolvimento emocional das crianças de 2 a 3 anos?
Inicialmente o leque de emoções é vasto, desde o puro prazer com risadas e gargalhadas gostosas até a raiva frustrada com acessos de choro, gritos e etc. Embora a capacidade de exprimir livremente as emoções seja considerada saudável, a criança necessitará de aprender a lidar com as suas emoções e de saber que sentimentos são adequados, o que requer prática e ajuda da família a fim de que aprenda desde cedo a controlar suas próprias emoções. Nesta fase, as birras são uma das formas mais comuns da criança chamar a atenção – geralmente deve-se a mudanças ou a acontecimentos, ou ainda a uma resposta aprendida; as birras costumam estar relacionadas com a frustração da criança e/ou com a sua incapacidade de comunicar de forma eficaz.
- Existem alguns sinais aos quais os pais e responsáveis precisam ficar atentos nesta faixa etária?
Sim, existem alguns sinais que os pais podem e precisam ficar atentos. Podem ser passageiros, mas se não cessarem podem significar algumas questões que precisarão ser avaliadas por especialistas. São eles:
- Choro excessivo (que não cessa com cuidados e atenção);
- Irritabilidade excessiva;
- Pouca ou nenhuma resposta ou interesse a estímulos ambientais;
- Ausência de fala (fala atrasada ou estranha com repetições/ecolalias);
- Alterações no sono e na alimentação;
- Alterações no comportamento (irritação, oposição em excesso, teimosia em excesso, birras em excesso, etc.);
- Dificuldades na interação com outras crianças e/ou pessoas.
Caso você note ou perceba alguma coisa de diferente em sua criança, procure e converse com o pediatra. Ele certamente saberá se há alguma alteração no desenvolvimento de sua criança e, se houver, ele fará os encaminhamentos que se fizerem necessários.
NOTA DA REDAÇÃO – Valeska Magierek (formada em Psicologia pela UFSJ, com especialização em Neuropsicologia pela FUMEC e mestrado em Psicobiologia na Escola Paulista de Medicina (UNIFESP); atua há mais de 20 anos na área de Psicologia Infantil e Neuropsicologia; é coordenadora clínica do Centro AMA de Desenvolvimento em Barbacena.