Por João Victor Silva Abreu, licenciado em biologia e mestrando em educação científica e ambiental, pela UFLA, com orientação do professor Doutor Delton Mendes Francelino Diretor da Casa da Ciência e da Cultura de Barbacena, Coordenador do Centro de Estudos em Ecologia Urbana do IFET, Campus Barbacena, Diretor do Instituto Curupira e autor de livros.
O ano de 2024 ficou marcado com o “desastre” em Porto Alegre. Foram dias de chuvas que assombram os moradores, enchentes que devastaram casas, prédios, derrubou árvores e instaurou o verdadeiro caos na região, forçando a população atingida a largar sua casa, que para muitas pessoas era tudo o que tinham. Nos Estados Unidos, o furacão Milton deixou seu rastro de destruição, fazendo vítimas fatais e mais uma vez tirando vários moradores de casa. Agora mais recentemente o desastre foi na província espanhola de Valência, fechando estradas, destruindo vários imóveis e deixando até o momento desta escrita mais de 200 vítimas fatais e dezenas de pessoas continuam desaparecidas. Vilarejos e cidades ficaram completamente isoladas, impossibilitando a saída ou a chegada de ajuda. Ruas se tornaram verdadeiros rios, criando verdadeiras cenas de terror.
Diante de tal situação é comum, e o mínimo, ficar aterrorizado e se comover com a perda da população afetada por esse desastre. Desastre esse que, em algumas vezes, não é tão desastre assim. Antes de tudo quero deixar bem claro que sim, existem os desastres naturais causados pela grandiosa força da natureza, assim como já aconteceu em outros períodos na história Terra, por exemplo as grandes erupções que aconteceram, como o ocorrido na cidade italiana de Pompeia, que fora destruída pelo Vesúvio. Mas também existem casos onde é, de certo modo, negligência do poder público, sem o planejamento urbano eficiente para períodos chuvosos ou para o crescimento urbano.

Desde o período da revolução industrial, os grandes centros receberam números imensos de pessoas que abandonaram a vida camponesa para ir em busca de melhorias trabalhando nas fábricas, o que não aconteceu. Com esse movimento aconteceu um crescimento desordenado das cidades, onde não se tinha um ínfimo preparo para os trabalhadores morarem, sujeitando a viverem em mazelas. Trazendo para o período contemporâneo constantemente estamos vendo prédios sendo construídos, diminuindo os corpos dos rios e córregos para que seja possível aumentar as áreas a serem construídas, reduzindo cada vez mais a área de infiltração da água no solo. Quando chega o período de chuvas não é diferente, os jornais regionais ou nacionais são tomados por notícias de enchentes e deslizamentos. Obviamente é uma situação preocupante, dezenas de famílias são afetadas, mas não somente por culpa da natureza, mas parcela da culpa é do poder público que não auxilia e se preocupa em como o crescimento urbano está acontecendo, e quando chega o resultado pode ser tarde demais, como já vimos em diversos jornais. .
Para evitar que situações como essas continuem acontecendo é necessário implementar um crescimento urbano ordenado e ecológico, não podemos deixar as comunidades e o meio ambiente sofrendo com o descaso que é passado de mandato em mandato, quando situações como essas acontecem, os primeiros a serem afetados é a região mais vulnerável, seja ambientalmente e economicamente falando.