As crises comportamentais ou crises de agressividade no autismo são aqueles episódios em que a pessoa apresenta comportamentos desafiadores, descontrolados, que parecem intermináveis e que deixam atônitos todos que estão por perto.
Uma das questões mais difíceis do autismo é a compreensão e o próprio manejo das crises comportamentais. Elas podem ter causas identificáveis e também não identificáveis. Mas geralmente, elas estão relacionadas a sobrecarga sensorial (p. ex. som alto, frequência sonora contínua, recinto com muitas pessoas, poluição visual, dias muito movimentados), quebra de rotina, cansaço, fome, dor, dificuldades na comunicação, desconforto e etc.
O que podemos fazer para auxiliar no momento de uma crise comportamental?
Antes de mais nada devemos ter em mente que é da responsabilidade do psicólogo que acompanha a pessoa com autismo, o treinamento, da família e da escola, de técnicas comportamentais.
Precisamos sempre lembrar que não podemos nos deixar levar por modismos de redes sociais quando falamos de assuntos sérios como o autismo.
A maior parte do que vemos em redes sociais é puro sensacionalismo. As reabilitações realmente eficazes acontecem através e com o auxílio de profissionais realmente capacitados. Então fique atento a tudo o que vê e ouve por aí.
Mas de forma geral, sem considerar a especificidade de cada caso, podemos seguir algumas orientações que são básicas. Vamos a elas:
– Mantenha a segurança das pessoas envolvidas: retire objetos que possam ser perigosos, como vidros, cadeiras, objetos que podem ser lançados;
– Evite falar com a pessoa, uma vez que ela está totalmente fora de si;
– Não ofereça agrados, não faça barganhas: isso não mudará o curso da situação;
– Mantenha a calma e procure auxiliar quem estiver com a pessoa;
– Se for falar, fale baixo. Não grite;
– Gesticule o mínimo possível: não piore a percepção sensorial da pessoa em crise;
– Se a situação estiver fora de controle, procure ajuda;
– Evite aglomerados de curiosos que em nada ajudam; Se possível, deixe a criança sozinha até ela se acalmar.
– Nunca toque a pessoa sem sua permissão: estenda a mão e espere a sua aceitação ou não;
– Mantenha as reabilitações em dia; Peça orientações aos terapeutas da criança;
– Se não estiver diretamente envolvido na situação, ofereça ajuda. Se não precisarem, siga seu caminho; não seja mais um curioso;
– Não julgue situações que você desconhece: somente quem convive com o autismo compreende a complexidade dele;
– Estude! O conhecimento ainda é a melhor ferramenta que temos para melhorar a qualidade de vida de todos, com autismo ou não.
E, neste sentido, o site do Centro AMA possui vários textos com informações de qualidade sobre este e outros temas relacionadas ao autismo. O site é: www.centroamadesenvolvimento.com.br.
Uma outra indicação é o livro “TEO: um olhar além do Transtorno do Espectro Autista”, disponível em todas livrarias virtuais e no site da Editora Appris, que poderá auxiliar todos aqueles que convivem ou que querem conhecer um pouco mais sobre o autismo.
Valeska Magierek – Neuropsicóloga
@amadesenvolvimento