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Para além dos piscas – piscas: este ano, a estimativa é que mais de 1 bilhão de pessoas no mundo passe o período do Natal com fome

Série Especial de fim de ano: Natal e Pobreza no mundo – Por: Doutor Delton Mendes Francelino – especialista  em mudanças climáticas e ecologia Urbana/ Diretor e Criador da Casa da Ciência e da Cultura, do Museu de Ciências Naturais Itinerante de Minas Gerais e do Observatório Astronômico. Autor de livros

A pobreza continua sendo um dos maiores desafios globais, afetando milhões/bilhão de pessoas ao redor do mundo, especialmente em países subdesenvolvidos ou em regiões de conflito bélico; mas, também persiste em países com alto índice de desenvolvimento, como os EUA e a China. O acesso limitado a recursos essenciais, como educação, saúde e alimentos, coloca muitas famílias em situação de vulnerabilidade, perpetuando um ciclo difícil de ser rompido. Em 2024, estima-se que cerca de 1 bilhão de pessoas enfrentem a fome durante o período do Natal, um reflexo das desigualdades econômicas que marcam as sociedades contemporâneas. Essa triste realidade é agravada por crises econômicas, má distribuição de território, conflitos armados, e os efeitos das mudanças climáticas, que intensificam a escassez de alimentos e tornam mais difícil o acesso a eles.

A cada ano, o Natal deveria ser momento de celebração e solidariedade, mas para muitas pessoas ao redor do mundo, ele é um lembrete da desigualdade e da luta pela sobrevivência. Em muitas regiões, especialmente na África, América Latina e partes da Ásia, a fome extrema é uma preocupação constante. No entanto, além dos números alarmantes, é fundamental destacar o impacto humano por trás desses dados: milhões de crianças, mulheres e homens, muitas vezes em situações de pobreza extrema, enfrentam não só a falta de alimento, mas também a desesperança do futuro. Combater essa realidade exige esforço coletivo, que envolva governos, organizações internacionais e a sociedade civil, com ações urgentes para garantir que todos tenham acesso ao básico para uma vida digna.

O Natal, para muitos, é um período de celebração, troca de presentes e abundância. No entanto, enquanto alguns desfrutam de festas luxuosas e consomem em excesso, há milhões/ ou bilhão de pessoas ao redor do mundo que enfrentam realidade bem diferente. Essas pessoas não têm o privilégio de um teto seguro sobre suas cabeças ou de uma refeição garantida. Em muitas regiões, a falta de moradia digna e de acesso a alimentos básicos é uma realidade constante, exacerbada por crises econômicas e sociais. Esse contraste entre o consumo desenfreado e a carência extrema torna-se um espelho doloroso da desigualdade que ainda marca o nosso tempo, evidenciando a desconexão entre os que possuem em abundância e os que lutam pela sobrevivência diária.

Líderes espirituais ao longo da história, como Jesus, Mahatma Gandhi e Martin Luther King Jr., sempre enfatizaram a importância de uma vida pautada pela solidariedade, compaixão e a busca por justiça social. Eles ensinaram que o verdadeiro valor não está no “ter” ou no “possuir”, mas no “ser” — no amor ao próximo, na partilha e na construção de um mundo mais igualitário. Jesus pregou o amor incondicional e a ajuda aos necessitados, assim como Gandhi falou sobre a simplicidade e a divisão justa dos recursos, e Luther King defendeu a igualdade racial e econômica. Cada um desses líderes, em sua época, questionou a lógica do consumo excessivo e nos incentivou a refletir sobre a distribuição equitativa dos bens, principalmente o alimento e a terra, elementos fundamentais para uma vida digna. Em tempos de Natal, esse chamado ao altruísmo e à reflexão sobre o que realmente importa, o “ser” em vez do “ter”, nos desafia a agir com mais humanidade e generosidade, fazendo do espírito de solidariedade uma prática constante e não apenas uma ação pontual.

Luther King morreu assassinado nos EUA, defendendo a distribuição de renda justa e o fim do racismo

O “Natal dos pobres” no Brasil é marcado pela dura realidade de milhões de pessoas que enfrentam a pobreza extrema e a insegurança alimentar, uma situação que se agrava a cada ano. Enquanto muitos celebram com fartura, uma grande parte da população brasileira luta para garantir o básico para a sobrevivência. De acordo com o IBGE, mais de 25 milhões de brasileiros vivem em situação de extrema pobreza, com uma renda per capita inferior a R$ 606 mensais. Além disso, o Brasil tem aproximadamente 33 milhões de pessoas passando fome, segundo a Pesquisa de Insegurança Alimentar da Rede Penssan (2023), o que significa que essas famílias não têm acesso regular a alimentos nutritivos. Segundo o Jornal “O Globo”: O Brasil amarga a segunda pior posição entre os países membros do G20, grupo das 19 maiores economias do mundo além da União Europeia, quando se trata de população vivendo abaixo da linha da pobreza. Cerca de 3,5% dos brasileiros eram extremamente pobres em 2022. O país só perde para a Índia, cuja taxa era de 12,9% em 2021, último dado disponível.

Esse cenário evidencia a desigualdade que persiste, onde uma grande parte da população, especialmente nas periferias urbanas e nas zonas rurais, vê o Natal como um dia de esperança, mas também de reflexão amarga sobre a falta de acesso a condições mínimas de dignidade. Enquanto o país avança em algumas áreas, a pobreza e a exclusão social continuam sendo desafios estruturais, exigindo uma ação mais efetiva para garantir que todos, independentemente de sua classe social, possam celebrar a data com o mínimo de conforto e segurança.

Apoio divulgação científica: Barbacena Online, Samara Autopeças e Anjos Tur Turismo.

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