Os casos de racismo contra o jogador VINÍCIUS JÚNIOR nos convidam à reflexão sobre as nossas práticas diárias para rompermos com o racismo estrutural, enraizado em nossa sociedade. No mês de novembro celebramos em 20 de novembro um dia de resistência, o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. Muitas pessoas consideram a luta pela equidade racial desprovida de sentido, adjetivando esta ação coletiva como mimimi. Os dados já trazidos por mim em outras colunas demonstram com a desigualdade é abissal para muitos grupos sociais e com a população negra não é diferente.
“Em 2023, um marco legal importante equiparou a injúria racial ao crime de racismo, a Lei n.º 14.532. Com isso, atos de discriminação em função da cor, raça, ou etnia, nas mais diversas situações, terão punição mais severas” (Comunicação, Defensoria Pública do Espírito Santos, 2023”.
Vamos compreender a diferença de dois importantes conceitos: preconceito e discriminação. O preconceito é o julgamento prévio, negativo, contra uma pessoa ou grupo em razão da cor da pele, da orientação sexual, da condição física e mental, etnia. Já a discriminação é colocar em ação uma conduta que venha prejudicar ou desprivilegiar uma ação pessoa de um grupo minoritário de acesso a direitos. Um exemplo: Preconceito: um empregador branco considera uma pessoa negra inadequada para atender em uma loja. Somente em razão da cor da pele esta pessoa é considerada inapta. Discriminação: este empregador não convida o profissional negro para uma entrevista de emprego ou, se convida, paga o valor salarial inferior ao pagamento de uma pessoa branca, ainda que ocupando o mesmo cargo. Mais um exemplo: Preconceito: uma determinada família não considera uma pessoa negra ideal para o convívio entre os parentes. Discriminação: a família branca dificulta e/ou proíbe o relacionamento afetivo entre o parente branco, com a pessoa negra.
Como mudar esta realidade? Empregando brancos e negros, na mesma função, com o mesmo salário; não mudar de passeio à noite ao verificar uma pessoa negra; se uma pessoa do grupo não-branco errar no emprego, não generalizar a conduta equivocada entre outras pessoas negras. Se um branco erra, nós generalizamos o erro para todos os brancos? Respeitar e cobrar pela presença de negros e negras como médicos, dentistas, fisioterapeutas, professores de ensino superior, advogados, gerentes de grandes empresas, âncoras de telejornal. É urgente a necessidade de naturalizar pessoas de grupos não-brancos entre profissões de elite.
Um fraterno abraço, professora Marcela da Paz
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