Francisco de Santana
“A falha de comunicação pode ser caracterizada como um fenômeno em que há falta de clareza ou a transmissão de informações é ineficaz, resultando na não entrega ou na entrega incompleta de uma mensagem ao destinatário. É um erro que pode causar desinformação, mal-entendidos e propensão à tomada de decisões errôneas” (Google). Por essa razão as pessoas discutem, brigam e costuma chegar à pratica de homicídio. O ser humanos vive com os nervos à flor da pele, estressado e impaciente. A todo instante se vê discussões e brigas no trânsito. Bastou um olhar de espanto ou um buzinar mais contundente para desencadear uma desavença. Muita clareza nos diálogos e doses de paciência evitam transtornos.
É nesse momento que devemos praticar a escutatória. Sobre o tema assim se pronunciou o poeta Rubem Alves: “Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar… Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória, mas acho que ninguém vai se matricular. Escutar é complicado e sutil. A gente não aguenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor… Sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração… E precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor. Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil de nossa arrogância e vaidade. No fundo, somos os mais bonitos…”
Ouvir e auscultar, é prestar atenção àquele que fala. Disse São Mateus: “quem tem ouvidos para ouvir, ouça”. Ouvir é sobretudo, entender para distinguir entre o bem e o mal. Podemos ouvir tudo quanto nos disserem, mas não somos obrigados a dizer tudo quanto ouvimos. Ninguém é responsabilizado pelo que ouve, mas pelo que diz. Qual é o objetivo da comunicação? O filósofo Aristóteles a definiu como “todos os meios disponíveis de persuasão”.
Eu me lembro com clareza de uma aula quando o professor de Teoria e Prática da Comunicação nos explicou sobre suas formas. “De manhã, quando chega ao escritório, o Sr. “A” lê a correspondência recebida (comunicação escrita) e encontra uma quantidade de folhetos que descrevem a qualidade de várias máquinas comerciais (comunicação ilustrada). Pela janela aberta ouve o distante ruído de um rádio e a voz do locutor enaltece a qualidade de uma marca de pasta de dentes (comunicação falada).
Entra então a secretária e dirige-lhe um cordial “bom dia”, que ele responde com um aceno amigável de cabeça (comunicação por gesto), enquanto continua falando pelo telefone (comunicação falada) com alguém. Mais tarde, dita algumas cartas à secretária, faz depois uma reunião (comunicação em grupo), na qual ouve opiniões de seus sócios. Nessa reunião, são discutidos alguns novos regulamentos governamentais (comunicação em massa) e seu efeito sobre as diretrizes da empresa. Concluindo, é examinada uma resolução para conceder gratificação anual aos empregados (comunicação em massa e em grupo).
Encerrada a reunião, o Sr. “A”, meditando sobre negócios pendentes (comunicação consigo), atravessa lentamente a rua em direção ao restaurante. No caminho vê o seu amigo Sr. “B”, que entra apressadamente no mesmo restaurante (comunicação por ação), e o Sr. “A” resolve então sentar-se sozinho, em lugar de com o amigo, que provavelmente comerá e sairá às pressas (comunicação consigo). Enquanto espera, o Sr. “A” examina o cardápio (comunicação impressa), mas o aroma de um bife bem temperado desvia o seu olhar (comunicação química); é tão apetitoso que ele pede um para si. Depois do almoço, resolve comprar um par de luvas. Entra na loja e examina com a ponta dos dedos, cuidadosamente, as diversas qualidades do couro (comunicação pelo tato). Feita a compra, resolve não trabalhar na parte da tarde e levar o filho a um prometido passeio ao jardim zoológico. No trajeto, o menino pergunta-lhe porque sempre para com o sinal verde (comunicação por símbolo). Quando se aproximam do jardim zoológico, uma ambulância silva pela rua e o Sr. “A” encosta o carro e para (comunicação por sons). Ali parados, explica ao filho que a igreja do outro lado da rua é a mais antiga do estado, construída há muitos anos, e constitui um marco da comunidade (comunicação por cultura material).
Depois de comprar o ingresso para o jardim zoológico (comunicação por ação), dirigem-se devagar ao recinto dos elefantes, onde o menino ri quando um deles lança água pela tromba sobre um dos espectadores (comunicação por ação), que foge correndo. Já no fim da tarde, o Sr. “A” cede aos pedidos do filho e eles entram num cinema, para ver um desenho animado (comunicação por figuras). Chegando à casa, o Sr. “A” veste-se, a fim de comparecer a um jantar de cerimônia e a um espetáculo teatral (comunicação pelas artes).
Lembre-se de que: Falar é uma necessidade, escutar é uma arte (Goethe); Escutar é uma forma de amar.
(Fontes; Internet/livro O processo da Comunicação de David K. Berlo/Manual Mestre da Discrição).
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