Muitas vezes achamos que os problemas não irão se resolver, não achamos saídas rápidas e fáceis para os problemas que temos, achamos a nós mesmos inúteis, não acreditamos no nosso potencial e etc.
Em algum momento tendemos a achar que não existir é a melhor saída. Mas justamente neste momento cometemos o maior ato de egoísmo: pensamos apenas na nossa dor e deixamos de lado a dor que assolará aqueles que nos amam.
Como podemos desprezar o presente da vida que nos foi dada?
Independentemente da crença religiosa que temos, a vida de cada um de nós é um presente e um compromisso. Presente porque lhe foi dada a oportunidade de crescimento e evolução; compromisso porque nos será cobrado o que fizemos e fizermos dela.
Aproveitar o curto tempo que temos neste planeta é obra e arte. Contribuir para o meu bem estar e o bem estar daqueles que convivem comigo é obrigação diária. Reclamar o tempo todo de tudo, não muda a perspectiva dos problemas que temos para resolver. Calar-se diante da angústia, do medo, do sentimento de inutilidade e etc. não resolverá aquilo que nos aflige.
Mas ter coragem para assumir que se está doente e que precisa de ajuda é o ato mais heroico que podemos ter. Ninguém sai sozinho de um precipício. Pedir ajuda não diminui ou desqualifica ninguém.
Acreditar em si mesmo e na possibilidade de reverter o lado sombrio da nossa mente em possibilidades de cura são a solução para aqueles que se veem em aflição.
Não cometa o pior crime sobre si mesmo. Valorize seus dias e noites, a possibilidade de mudar de pensamento e de vida, a possibilidade de ser feliz. Pare de se comparar com os outros, abandone companhias que o colocam para baixo, abandone vícios perigosos, olhe para os seus dias como joias preciosas e, ao final da vida, tenha a grata sensação de ter cumprido seu tempo entre nós, da melhor maneira possível, apesar de tudo que tenha passado.
Fatores de risco para suicídio
A ideação suicida nem sempre dá origem a um comportamento suicida, mas ela é um fator de risco para o comportamento suicida. Diversos fatores normalmente interagem antes de a ideação suicida se tornar um comportamento suicida. Frequentemente existe um transtorno mental subjacente e um evento estressante que desencadeia o comportamento. Os eventos estressantes incluem:
- Morte de uma pessoa querida;
- Suicídio de pessoas próximas;
- Perda de um parceiro/parceira;
- Mudança de um ambiente familiar;
- Humilhação por familiares ou amigos;
- Bullying;
- Assédio sexual e moral;
- Violência doméstica;
- Insucesso ou fracasso na escola, dentre outros.
Esses acontecimentos estressantes, contudo, são razoavelmente comuns entre as pessoas e raramente levam a comportamento suicida, caso não haja outros problemas subjacentes.
Os problemas subjacentes mais comuns são os seguintes:
- Depressão: Pessoas com depressão têm sentimentos de desesperança e desamparo que limitam a sua capacidade de considerar soluções alternativas para problemas imediatos.
- Abuso de álcool ou drogas: o consumo de álcool ou drogas diminui as inibições contra ações perigosas e interfere na antecipação de consequências.
- Pouco controle dos impulsos: Pessoas com transtornos psiquiátricos que podem agir sem pensar.
Outros transtornos mentais e distúrbios físicos podem também aumentar o risco de suicídio. Eles incluem ansiedade, esquizofrenia e transtorno de estresse pós-traumático.
Intolerância a frustrações, comportamentos de manipulação e de punição dirigidos a outros, dificuldades em comunicar as próprias emoções, imitação de ações de terceiros também podem levar à ideação suicida e ao suicídio. Observe que todas essas formas mostram o quanto a pessoa está desorganizada e desestruturada internamente.
O suicídio é mais provável em famílias nas quais transtornos do humor são comuns, especialmente caso haja um histórico familiar de suicídio ou outros comportamentos violentos.
Identificação do ‘comportamento suicida’
A identificação do risco do comportamento suicida é fundamental quando falamos de prevenção do suicídio e da valorização da vida.
A observação cuidadosa do comportamento das pessoas com quem convivemos é super importante neste processo. Fique atento a mudanças bruscas no humor e no modo de se comportar, atenção ao que é dito (desejos de sumir, desaparecer e morrer são recorrentes em tentativas de suicídio), atenção ao retraimento social, mudança de comportamento após algum fracasso ou negativa, deixar de fazer algo que era prazeroso e importante, e etc.
Como os profissionais da saúde podem ajudar
Quando o assunto é suicídio, os profissionais de saúde têm duas funções principais:
- Avaliar a segurança e a necessidade de hospitalização da pessoa suicida e
- Tratar transtornos/comórbidos, como a depressão ou o abuso de substâncias.
Prevenção dos comportamentos suicidas
Perguntar diretamente à pessoa sob risco sobre ideação suicida pode revelar importantes questões que estão contribuindo para sua angústia. A identificação dessas questões pode, por sua vez, levar a intervenções significativas.
Além disso, as seguintes ações podem ajudar a reduzir o risco de suicídio:
- Obter assistência eficaz para o tratamento de distúrbios mentais, físicos ou relacionados ao uso de substâncias;
- Poder ter acesso fácil a serviços de saúde mental;
- Obter apoio da família e do meio social no qual está inserido;
- Aprender estratégias eficazes para resolver conflitos;
- Ter crenças culturais e religiosas que desencorajam o suicídio.
Programas de prevenção do suicídio podem ajudar. Os programas mais eficazes são aqueles que tentam garantir que a pessoa conta com:
- Um ambiente acolhedor em que tenha apoio;
- Acesso fácil a serviços de saúde mental;
- Um ambiente social que promova o respeito às diferenças individuais, raciais, sociais e culturais.
Tratamento para os comportamentos suicidas
Existem algumas condutas que favorecem a vida quando tratamos de suicídio. São elas:
- Hospitalização, quando necessária;
- Precauções para prevenir tentativas futuras;
- Tratamento de qualquer transtorno que possa contribuir para o risco de suicídio;
- Encaminhamento para a Psiquiatra e para a Psicoterapia.
Buscamos ajuda para os problemas físicos e precisamos de ajuda também para as dores emocionais. Busque ajuda especializada sempre que necessário. A vida é um dom precioso e precisamos valorizá-la.
Valeska Magierek – Neuropsicóloga
@amadesenvolvimento
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