Por Doutor Delton Mendes Francelino – Diretor da Casa da Ciência e da Cultura de Barbacena, Criador e Diretor do Observatório Astronômico de Barbacena e do Museu de Ciências Naturais Itinerante de Minas Gerais. Autor de livros. Instagram: @delton.mendes
A colisão de asteroides ou cometas com a Terra pode causar impactos ambientais catastróficos, tanto para a vida humana quanto para a vida não humana. Esses corpos celestes, quando colidem com o planeta, liberam quantidade colossal de energia, resultando em efeitos devastadores que se estendem por escalas locais, regionais e até globais. Vamos entender melhor este assunto?
O que ocorre quando um objeto astronômico desses atinge nosso planeta? Lembrando que sempre dependerá das proporções do corpo. Por exemplo, o asteroide que extinguiu grande parte da biodiversidade na “época” dos dinossauros, tinha entre 11 em 13 km de diâmetro. Importante então, a priori, destacar que a colisão de um grande asteroide ou cometa pode liberar energia equivalente a milhares de bombas atômicas. Isso gera explosão intensa, criando cratera gigantesca e liberando calor extremo. Esse calor pode incendiar florestas e vegetação em grandes áreas ao redor do impacto. Se o impacto ocorrer em um oceano, pode gerar tsunamis massivos. As ondas gigantescas resultantes podem devastar áreas costeiras, destruindo ecossistemas marinhos e terrestres, além de causar grande perda de vidas humanas.
Além disso, o impacto lança enormes quantidades de detritos e poeira na atmosfera. Isso pode bloquear a luz solar por semanas, meses ou até milhares de anos, levando a um “inverno de impacto”. A redução da luz solar diminui a fotossíntese, afetando a produção de alimentos e causando a morte de plantas e fitoplâncton, que são a base das cadeias alimentares.
Interessante frisar que a poeira e os aerossóis na atmosfera podem resultar em mudanças climáticas drásticas. O resfriamento global, seguido por possíveis períodos de aquecimento, pode alterar padrões climáticos, afetando a agricultura, os recursos hídricos e os ecossistemas.
Um impacto suficientemente grande pode causar extinções em massa. O exemplo citado acima é do famoso impacto do Chicxulub, que está amplamente associado à extinção dos dinossauros há 66 milhões de anos. As condições pós-impacto, como incêndios florestais generalizados, tsunamis e mudanças climáticas, criam um ambiente hostil para muitas espécies.
Quanto à vida humana, a colisão pode resultar em perda massiva de vidas, especialmente em áreas próximas ao impacto. Tsunamis e incêndios subsequentes aumentariam ainda mais o número de vítimas. Obviamente, edifícios, estradas, pontes e outras infraestruturas podem ser completamente destruídos, levando a uma crise humanitária com desalojamento em massa e dificuldades na prestação de serviços básicos. Destarte, a redução da luz solar e as mudanças climáticas podem afetar a produção agrícola, levando a escassez de alimentos. Isso resultaria em fome e desnutrição em larga escala. Um outro aspecto a ser destacado, a inalação de poeira e partículas finas pode causar problemas respiratórios e a contaminação da água e dos alimentos devido aos detritos pode levar a surtos de doenças.
Quanto à vida não humana, ecossistemas inteiros podem ser destruídos pelo impacto direto e pelos efeitos subsequentes, como incêndios e tsunamis. Isso pode levar à perda de biodiversidade e ao colapso de ecossistemas. Espécies incapazes de se adaptar rapidamente às novas condições ambientais podem ser extintas. Animais terrestres, marinhos e aves seriam todos afetados de maneira diferente e a morte de espécies chave pode causar desequilíbrios ecológicos, afetando cadeias alimentares e a dinâmica dos ecossistemas. Isso pode ter consequências a longo prazo para a biodiversidade global.
Por fim, caros leitores, sempre importante destacar que cataclismos assim, em nível global, sempre têm uma dimensão do não previsível. Embora tenhamos modelos científicos, muitos elementos não conseguimos estimar com 100% de certeza. No entanto, para deixar vocês tranquilos, atualmente grandes asteroides e cometas estão sendo monitorados pela NASA e outras agências e, todos eles, não apresentam riscos de colisão com a Terra em milhões de anos. Claro, corpos menores são imprevisíveis, como o da foto acima, mas estes têm potencial de destruição imensamente menor que corpos maiores. Vale, como sempre, valorizar a Ciência é importante, pois, até neste sentido, sem ela, estaríamos no completo escuro de conhecimento.
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