Por Doutor Delton Mendes Francelino, Diretor da Casa da Ciência e da Cultura de Barbacena, Coordenador do Centro de Estudos em Ecologia Urbana do IFET, Campus Barbacena, Diretor do Instituto Curupira, do Observatório Astronômico e autor de livros. Instagram: @delton.mendes
Em julho/ agosto deste ano começam as atividades do Museu de História Natural Itinerante de Minas Gerais, criado por mim e parte da Casa da Ciência e da Cultura. Por isso, hoje, vamos conversar sobre os magníficos Tigres Dente de Sabre!
Os tigres dentes-de-sabre, também conhecidos como smilodontes, são alguns dos mais icônicos e fascinantes predadores da pré-história. Com seus longos e afiados caninos, que podiam medir até 18 centímetros, esses felinos aterrorizavam as paisagens da América do Norte e do Sul durante o Pleistoceno, há cerca de 2,5 milhões a 11 mil anos.
O que mais chama a atenção nos tigres dentes-de-sabre são, sem dúvida, seus enormes caninos superiores. Esses dentes, embora impressionantes, não eram utilizados para morder e triturar ossos. Em vez disso, os smilodontes usavam suas presas para perfurar e cortar a carne de suas presas, geralmente de grandes herbívoros como mastodontes e preguiças gigantes.
Além dos dentes, os tigres dentes-de-sabre tinham uma constituição robusta, com membros anteriores fortes e musculosos, adaptados para imobilizar suas vítimas. Seus corpos eram relativamente compactos e poderosos, projetados para emboscadas e ataques rápidos e letais. Um fato curioso e menos conhecido sobre esses magníficos predadores é que eles também viviam no território que hoje conhecemos como Brasil. Fósseis de Smilodon, um dos gêneros mais conhecidos de tigres dentes-de-sabre, foram encontrados em diversas regiões do Brasil, incluindo a Lagoa Santa, em Minas Gerais, e a Chapada Diamantina, na Bahia.
Essas descobertas fósseis revelam que o território brasileiro fazia parte do habitat desses felinos pré-históricos, que se espalhavam por florestas, savanas e áreas de clima mais temperado. Os tigres dentes-de-sabre conviviam com uma diversidade de megafauna, incluindo tatus gigantes, preguiças-terrestres e toxodontes, compondo um ecossistema rico e complexo.
Como muitos outros grandes mamíferos do Pleistoceno, os tigres dentes-de-sabre desapareceram há cerca de 10 mil anos. As causas exatas de sua extinção ainda são debatidas entre os cientistas, mas acredita-se que mudanças climáticas e a caça por humanos primitivos tenham contribuído significativamente para seu desaparecimento.
Hoje, os tigres dentes-de-sabre permanecem vivos na imaginação popular e na cultura científica como símbolos de poder e adaptação evolutiva. Suas impressionantes adaptações físicas e seu papel como predadores de topo nos ecossistemas pré-históricos são lembrados e estudados por paleontólogos ao redor do mundo.
A descoberta de fósseis no Brasil nos lembra da rica história natural de nosso país e de como as interações entre espécies e ambientes moldaram a biodiversidade ao longo dos milênios. Os tigres dentes-de-sabre, com suas icônicas presas, são uma janela fascinante para um mundo perdido, onde esses majestosos felinos reinavam supremos.]
Apoio divulgação científica: Barbacena Online, Samara Autopeças e Anjos Tur Turismo.
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