Os leitores já devem ter percebido que estou escrevendo e publicando meus textos quinzenalmente, mas desta vez não posso deixar de mencionar que dia 09/06 é dia de São José José de Anchieta, padroeiro dos Catequistas do Brasil que escreveu: “Vamos afastar os espinhos, colher as flores e seguir em frente”, e coincidentemente meu aniversário. É, um quase sexagenário. Estou na primeira metade de minha vida.
Mas hoje quero compartilhar com vocês talvez o período de minha vida em que eu mais aprendi; boa parte da transição entre menino do interior, adolescente imaturo, mas responsável por minha atitude honesta que tomei. Todos somos livres para tomar nossas decisões e aceitar consequências delas advindas. É claro que aprendi em todos os momentos da vida e continuo aprendendo até hoje; a vida é um eterno aprendizado;
Conheci alguma parte de BH, quando fui ver a passagem do Papa João Paulo II, hoje São João Paulo II. Pena que não pude vê-lo pessoalmente, tamanha era a multidão (cerca de dois milhões). A então Praça Governador Israel Pinheiro nunca mais foi a mesma e para sempre foi chamada de Praça do Papa. Em 1981 fui morar em um Colégio Verbita (Missionários do Verbo Divino ou Congregação do Verbo Divino é uma congregação religiosa católica, fundada pelo padre Arnaldo Janssen), na época denominado “Arnaldinum” com outros quinze seminaristas, mais ou menos, para curvarmos o antigo Segundo Grau. Tínhamos um orientador para nossa formação religiosa e estudantil. Estudávamos no Colégio Arnaldo, também Verbita, considerado um dos melhores em BH, pioneiro ao construir, em 1954, a primeira piscina suspensa de Minas Gerais. Mas, o mesmo, por ser uma referência de bom ensino em todo o Estado, exigia dos alunos uma boa disciplina e esforço para assim continuar. Isso demandava de nós, seminaristas, mais exigências ainda pois éramos modelo para todos. E a cobrança nos fazia muito bem. Tínhamos horas delimitadas para estudos e horas para reflexão religiosa em nossa moradia. Em 1982 nos mudamos para uma casa na Rua Pium-Í, perto de onde morávamos. Na época diziam-nos que quem estudava lá os três do então Segundo Grau era capaz de obter resultados positivos em qualquer vestibular. O ritmo do último do ano do curso era ainda mais intenso, com aulas matinais e à tarde.
Mas aí vi que minha vocação não era a religiosa (não por causa do ritmo exigido). Em minhas férias de julho de 1982 comuniquei à minha mãe não querer voltar para BH no ano seguinte: logo ela que sonhava ter um filho Padre. Ela, em toda sua sabedoria me disse: Filho, você ainda tem todo o semestre para pensar, mas qualquer que seja sua decisão, justifique-a ao Padre orientador e seja capaz de assumir no futuro sua decisão. Mas, se não for sua vocação, siga em frente. Acabado o semestre e o Padre chamando os alunos para preparar suas matrículas com vistas ao terceiro ano comuniquei-o, e para sua inteira surpresa, agradeci-lhe pela educação formal e religiosa a mim dispensada nos anos que tive como seminarista e disse que não voltaria no ano seguinte. Ele me disse mais ou menos isso: se isso é o que você quer, quem sou eu para lhe dizer o contrário. Que Deus lhe acompanhe. E Ele me acompanha, tanto nos momentos alegres tanto como nos difíceis.
No entanto, o que lhes narrei, foi apenas uma parte de minha vivência de minha relação com BH. Não falei do Parque Municipal, do Palácio das Artes, do meu encontro com o Neto, então jogando com a camisa do meu arquirrival, de minha loucura e medo ao assistir um jogo de Atlético contra o Cruzeiro junto à torcida do Galo, mas com o Jesus ao meu lado. Mas isso pode esperar. Pode facilmente estar em um texto: Meus Momentos em Belo Horizonte. Bom fim de semana a todos.
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