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Pauta em prosa, verso em trova (volume 82)

JGHeleno*

 

Vou me estender um pouco mais nessa questão dos universos.

A palavra flor faz parte de um processo comunicativo porque, além das marcas pessoais expressas por essa palavra (conotações), ela possui também marcas que se repetem em todas as pessoas (marcas denotivas), de modo que se um falante pronuncia a palavra flor, ele transmite uma ideia centrada num objeto que todos os falantes daquele língua identificam como flor. Mas como a comunicação não termina aí, quando o meu ouvinte ou leitor é atingido por mim ao falar a palavra flor, ele pode até, além dos elementos denotativos, revesti-la ainda de algumas marcas conotativas que são minhas (por uma coincidência), mas com toda certeza ele vai revesti-la especialmente das marcas que são dele. Eu não passei essas marcas individuais exclusivas para ele, ele é quem as criou de acordo com o entrelaçamento de ideias com outras de seu universo particular.

As circunstâncias no universo de cada um são formadas por outras flores, pelo contexto , pelas experiências pessoais em relação àquela flor e a outras flores, pelo nível pessoal de interesse pela flor, e pelo valor dela em relação a outros símbolos do mundo exterior que habitam a sua mente. Esse contexto interior onde se coloca o símbolo ou a ideia da flor é seu universo particular. O sentido completo da flor abrange, portanto, aquela ideia protótipo da flor (denotação) e todas as relações daquele protótipo de flor e de suas conotações, com todas as ideias dos outros objetos do mundo interior. Eu posso afirmar isso em relação a todos os objetos do mundo exterior que se projetam no meu mundo interior por meio dos signos linguísticos. Como as circunstâncias da mente de qualquer pessoa são únicas e não se confundem com as de mais ninguém, percebe-se que qualquer objeto conhecido por qualquer pessoa tem duas faces: tem uma ideia que é a mesma compartilhada por quaisquer pessoas que conhecem aquele objeto (o que permite que todos identifiquem que uma flor é uma flor) somada às circunstâncias em que aquela ideia habita o interior de cada pessoa. A flor, para mim, é a mesma flor que é para você. Mas o sentido completo da flor para mim difere do sentido completo dessa mesma flor para você.  Isso porque nossos universos têm partes em comum e partes individuais. As partes comuns fazem com que uma mesma palavra denote o mesmo objeto. Tudo mais são conotações.  Dentre as muitas conotações, entretanto, há algumas que, mesmo sendo próprias do universo individual do criador, podem apresentar semelhanças com conotações próprias do fruidor. Por isso é que existem as afinidades.

 

 

Como tudo aqui termina em trova (hoje serão duas):

 

 

A criação pessoal

é um ato ordenador

sobre um magma original

pelo artista criador

 

O universo interior,

coquetel de envolvimentos,

junta tudo o que é valor,

ideias e sentimentos

 

Obs. As trovas são de minha autoria.  Quando há exceções (pouquíssimas), eu cito o autor.

 

 

ABL, AJL, UBT, LEIAJF

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