Meu filho rói unhas – o que fazer?

O ato de roer unhas ou a onicofagia é comum na infância, podendo se estender à vida toda. Nem toda criança rói unhas, mas aquelas que o fazem podem ter prejuízos na sua saúde.

 

  • Quais são as possíveis causas da onicofagia ou roeção de unhas?

 

 

Em primeiro lugar, é importante entender que este hábito geralmente está associado à necessidade de suprir alguma falta, para se acalmar, para lidar com a ansiedade ou com o medo ou, até mesmo, como um ato involuntário. Portanto, para ajudar a criança a parar de roer unhas, é preciso investigar os motivos que o levaram a desenvolver este hábito, pois ele pode estar escondendo questões maiores. Muito frequentemente a onifagia está relacionada à ansiedade. Crianças mais ansiosas tendem a roer as unhas grande parte da infância, podendo levar o hábito para a vida adulta. Neste sentido, roer unhas é apenas um sintoma, um sinal de que algo está incomodando internamente. 

 

2)  Roer unhas representa algum perigo para a saúde da criança?

 

Além de não ser um hábito bacana, roer unhas pode trazer prejuízos para a saúde da criança, uma vez que a boca é porta de entrada para bactérias vindas pelos dedinhos que nem sempre estão limpos. O hábito também pode trazer prejuízos para os dedos e formação das unhas, fazendo com que cresçam tortas para sempre.

 

 

  • O que podemos fazer para ajudar a criança a parar de roer unhas?

 

Crianças que roem unhas tendem a se tornar adultos que roem unhas. E, socialmente, o hábito não é nada bem visto. Por isso, quanto mais cedo a criança superar este hábito, melhor! Vejamos algumas dicas que podem ajudar no processo:

  1. Mantenha as unhas da criança sempre curtas e bem lixadas; não se esqueça de aparar constantemente as peles que ficam levantadas com um alicate;
  2. Nunca use pimenta, nem nada que arda nas mãos da criança; o objetivo não é punir, apenas alertar que aquele comportamento não deve ser repetido;
  3. Colocar um micropore na ponta dos dedos pode ajudar;
  4. Crie na criança o gosto por cuidar das unhas. A partir dos 5 anos, você já pode aparar o excesso de cutícula, mas sem tirá-la por inteiro, cortando só as pontinhas que ficam levantadas e que o seu filho tiraria com os dentes.
  5. Tente descobrir o que está levando a criança a roer unha e então agir sobre o problema: mudança de escola, a chegada de um irmãozinhoseparação dos pais, etc. Muitas vezes, por mais próximos que os pais sejam, alguma coisa pode escapar ao olhar. Portanto, esteja atento aos sinais de que seu pequeno está passando por algum problema. 
  6. Ajude sua criança a ter consciência do hábito e incentive a perceber quando e onde ele rói as unhas: é muito importante identificar em que momentos a criança tende a roer unha e mostrar para ela o que ela está fazendo, pedindo, educadamente, para ela parar.
  7. Combine com a criança um “sinal secreto” para alertá-la quando estiver roendo as unhas diante de pessoas: Pode ser dar um toque no braço ou dizer uma palavra-chave.
  8. Tente encontrar alguma atividade que possa substituir a necessidade de roer as unhas: para algumas crianças, os trabalhos manuais (pintura, desenhos, modelagem, etc.) são uma ótima maneira de manter as mãos ocupadas e relaxar. Para outras, aprender a tocar um instrumento também pode ajudar muito.
  9. Recorra ao diálogo, à conversa: se a criança já é maiorzinha (a partir de 3 ou 4 anos), você pode e deve conversar e explicar que este hábito não é saudável e pode causar problemas, sendo importante que ela tente se “policiar” para parar de roer a unha assim que perceber que está fazendo isso.

Caso nenhuma dessas dicas funcione com sua criança, uma boa alternativa é procurar um Psicólogo que possa orientar a melhor forma de agir para ajudá-la. Isso também pode ajudar muito quando a causa do hábito está relacionada com problemas que a criança esteja passando e que você não sabe como lidar.

NOTA DA REDAÇÃO – Valeska Magierek. Psicóloga (UFSJ), Neuropsicóloga (FUMEC), Mestre em Psicobiologia (UNIFESP). Experiência há mais de 20 anos na área de Psicologia Infantil e Neuropsicologia. Autora do livro infantil “A semente mágica”. Atualmente atende no Centro AMA de Desenvolvimento em Barbacena, é palestrante e professora em cursos de Pós Graduação.

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