Loja Maçônica Regeneração Barbacenense celebra 127 anos de fundação com reunião festiva e conferência

A Loja Maçônica Regeneração Barbacenense celebra 127 anos de fundação nesta terça-feira (14). Erguida por iniciativa de um grupo de maçons barbacenenses nativos e adotivos, na sua maioria, republicanos convictos, a Regeneração Barbacenense tem uma história riquíssima com alguns de seus membros tornados célebres na história de Barbacena, como o poeta Honório Armond e jurista Mendes Pimentel. A instalação desta tradicional loja mineira foi feita pelo maçom francês Louis Chavot-Prévost em 1895.

Na noite de segunda-feira (13), a loja realizou uma reunião solene presidida pelo Venerável Mestre Luiz Carlos dos Santos. Membros da Loja, autoridades maçônicas, representantes de outras entidades e convidados ouviram uma conferência, escrita especialmente para a ocasião e feita pelo historiador Edson Brandão, que trouxe episódios marcantes e personagens fundamentais na história da Regeneração Barbacenense, além de fatos que caracterizaram o ambiente político e social de Barbacena e do Brasil, nas décadas de 1880 e 90, quando as duas primeiras casas maçônicas foram abertas na cidade, mas com breve atividade. Segundo o historiador, o ano de 2022, registra várias datas importantes para a Maçonaria brasileira e mineira. “Temos a criação do Grande Oriente do Brasil, em 1822, no mesmo ano foi fundada a Loja Mineiros Reunidos, em Vila Rica, hoje, Ouro Preto, e não é coincidência que ocorreram exatamente no ano da Independência do Brasil já que o próprio D. Pedro I era maçom”.

Brandão acrescenta que em 1922, foi assentada a pedra fundamental do edifício sede da Loja Regeneração Barbacenense, até hoje preservado na Avenida Bias Fortes. Na conferência apresentada, foram resgatados dois personagens importantes na história brasileira e de lados opostos quanto à presença maçônica na política da Monarquia e da República Velha. O curioso é ambos viveram seus anos finais em Barbacena. O primeiro foi o poeta e jornalista maranhense Hugo Leal, ativista republicano e abolicionista que viveu no Rio de Janeiro e na Europa até vir para Barbacena tentar curar-se da tuberculose. “Ele morreu jovem, com apenas 25 anos, um ano após ser iniciado na Loja Operários da Luz, aqui fundada em 1881”, diz o pesquisador. O outro personagem, porém de forte oposição à influência da Maçonaria no governo do Imperador D. Pedro II, foi o Bispo do Pará, Antônio Macedo que protagonizou a chamada Questão Religiosa e chegou a ser preso por questionar a autoridade do Imperador. “Ele que era um bispo conservador e anti-maçom, contrário à separação da Igreja e o Estado e faleceu em Barbacena, no ano de 1891, aos 60 anos, também tentando recuperar sua saúde no nosso clima serrano”. O historiador acrescenta que apesar de se apresentar como apolítica, a Maçonaria brasileira, de uma forma ou de outra, está presente nos principais fatos da vida pública do País há pelo menos 300 anos.

Comunique ao Portal Barbacena Online equívocos de redação, de informação ou técnicos encontrados nesta página clicando no botão abaixo:

Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com tal monitoramento. Aceitar Saiba Mais