Hospital de Barbacena realiza procedimento inédito na região

Na quinta-feira (16), Odécio, um motorista de 53 anos, vai passar por um procedimento cirúrgico inédito na região: a colocação de Desfibrilador Implantável Subcutâneo ou na sigla em inglês, SICD. O procedimento será feito no Hospital Ibiapaba CEBAMS, de Barbacena, pelo cardiologista especializado em estimulação cardíaca, Henrique Telles Gontijo, auxiliado pelo médico Fernando Oliva, responsável pelo primeiro procedimento do gênero no Brasil, em 2016, no hospital da Beneficência Portuguesa de São Paulo.

Segundo o médico Henrique Gontijo, o Cardiodesfibrilador Subcutâneo é um novo equipamento que tem sua implantação mais simplificada trazendo menos complicações ao ato cirúrgico. Ele explicou que não são todos os casos que permitem o uso deste tipo de aparelho, mas ele simplifica em muito a cirurgia e a vida do paciente após sua implantação. “São apenas três incisões no tórax para a colocação do aparelho. Isso permite a passagem dos fios e a ligação do aparelho com o coração. Na média, em 50 minutos o procedimento é realizado e no dia seguinte o paciente já tem alta”, descreve o médico.

A técnica é nova no Brasil e em Minas Gerais. Até a cirurgia feita no Ibiapaba CEBAMS, apenas um paciente em Uberlândia passou pelo mesmo procedimento em Minas Gerais. O procedimento tem como vantagens o tempo mais curto de realização e os pequenos cortes.

O paciente Odécio contou que não sentia nenhum sintoma, mas que em um exame de rotina foi percebida uma pequena alteração no eletrocardiograma, sendo diagnosticada a Síndrome de Brugada, doença que silenciosamente afeta o ritmo cardíaco e pode provocar uma parada súbita. Mas o caso de Odécio não é raro. Dados internacionais indicam que a síndrome de Brugada acomete um a cada mil habitantes do mundo inteiro. Segundo estudos recentes, a morte súbita acomete mais de trezentos mil brasileiros por ano. É sabido que a grande maioria dos eventos surgem das causas arrítmicas (arritmias como taquicardia ventricular e a fibrilação ventricular), estas podem ter como causas muitos fatores desencadeantes como infarto do miocárdio agudo ou prévio, e a doenças congênitas do coração (cardiomiopatia septal hipertrófica, QTc longo, Brugada, dentre outras). 

Segundo o Dr. Gontijo, não há medicação que possa tratar ou reverter um evento agudo arrítmico iniciado, onde o paciente possa fazer uso de forma regular e evitar a arritmia. Por este motivo, a identificação da população de risco é tão importante. O tempo hábil para que haja uma intervenção em uma parada cardíaca é crucial para um desfecho favorável do paciente acometido”, afirma o especialista.  

Ao ter o diagnóstico precoce e o implante do cardiodesfibrilador indicado, o paciente tem maior proteção contra a morte súbita, pois o equipamento tem a capacidade de reconhecer e tratar as arritmias potencialmente fatais em questão de segundos. 

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