Fusão de Municípios, seria a solução?

Por Aristeu José Campos Machado, acadêmico no 3° período de Direito

Em proposta enviada ao Congresso, o Governo Federal tenta extinguir os municípios com menos e 5 mil habitantes, para que o dinheiro seja redistribuído. A princípio, quem lê, se enche de esperança com um dinheiro mais bem gasto, mais bem distribuído, menos políticos no poder, argumentos até plausíveis em um primeiro momento.

Mas será que essa economia realmente ocorreria, ou seria apenas uma majoração da arrecadação de Municípios maiores ante uma decadência ainda maior dos serviços que a sociedade em geral necessita, tais como, educação, saúde, infraestrutura básica.

A saber, caso haja essa fusão, o retrocesso seria danoso aos habitantes das “ex cidades” que voltam à condição de distritos. Toda a estrutura educacional, de saúde, de assistência social que migrarão para as cidades maiores sofrerão impactos, tendo seus serviços que até então eram mais acessíveis, dificultados por uma burocratização e um distanciamento ainda maior dos gestores.

Quem vive a realidade de cidades menores, onde embora ainda haja um longo e difícil caminho a percorrer para que se atinja o ideal dos bons serviços prestados à população, mas que ainda assim, tem mais acesso aos serviços básicos com mais facilidades que os habitantes de cidades mais populosas, certamente estão assustados com essa possibilidade de mudança.

Cidades menores onde a população em sua maioria vive nas localidades rurais e necessitam de uma infraestrutura maior para que sua produção seja escoada e vendida, veriam os problemas com estradas, pontes, aumentando e com uma demora ainda maior para que sejam resolvidos, vez que estariam mais distantes de seus governantes.

Há ainda que se discutir a questão cultural, onde estaria se perdendo a identidade de pertença a uma cidade que foi construída com muito trabalho de diversas pessoas, que com responsabilidade fizeram a história daquele local, e que agora estariam voltando a ser o que já foi um dia, apenas mais uma localidade que está à mercê de um centro maior.

Dificilmente há previsibilidade no que poderá acontecer com essa matéria específica, mas certamente é o momento profícuo para que as pessoas passem a ver sua realidade com mais responsabilidade, sem demagogia ou cegueira política.

Ademais, será que os recursos seriam realmente redistribuídos e bem gastos ou seria mais um montante de dinheiro oriundo do trabalho do povo para ser ainda mais malgasto e usado em mais esquemas de corrupção?

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