Furtos na infância – como devo proceder?

• Meu filho tem tirado dinheiro e objetos sem meu conhecimento e autorização. Isto é furto?

Sim, a retirada ou subtração de quaisquer elementos (seja dinheiro, objetos dentre tantos outros elementos), sem o conhecimento e a autorização do dono e da família da própria criança se caracteriza furto, a partir do momento que é reincidente, ou seja, acontece com frequência.

Retirar qualquer coisa que não seja meu ou não seja do conhecimento do dono e do qual não tenha autorização vai contra os Princípios da Boa Conduta e da Moral.

O furto pode preceder situações mais graves e sérias e as famílias precisam ficar atentas a qualquer comportamento deste tipo.

 

 

• Os furtos podem ser devidos ao ambiente no qual a criança está inserida?

Sim, pode. Os furtos podem fazer parte do meio no qual a criança está inserida ou deseja se inserir. Por isso a atenção das famílias deve ser redobrada.

Alguns grupos, de conduta inadequada e posicionamento negativo, podem fazer uso do furto como maneira de inserção. Desses grupos todos nós devemos manter distância!

 

 

• A que sinais as famílias devem ficar atentas além do furto propriamente dito?

De maneira geral, o furto faz parte de contexto e é apenas uma ponta da história. Mas fique atento se sua criança ou adolescente passa por pressão dos colegas e apresenta necessidade de ser incluído em um determinado grupo, cujas regras são de caráter duvidoso, se a autoestima está rebaixada, se não tem amigo e resolver “comprá-los” e, até, se tenta tornar bom em roubar e sente orgulho de algo que fez de errado por não receber feedback positivo dos pais.

 

 

• O que costuma vir junto com o furto?

As mentiras costumam vir juntamente com o furto. Mentira e furto são dois comportamentos socialmente inadequados que podem significar desajustamento. Assim, as famílias precisam conhecer seus filhos e ficar atentas aos seu desenvolvimento global.

 

• O que a família pode e deve fazer quando identificar que a criança ou o adolescente comete furtos, mesmo que pequenos, mais frequentes?

Procure por ajuda profissional. Não espere o tempo resolver esta questão sozinho. Nem tudo é resolvido pelo tempo.

Converse com seu filho, procure entender os motivos e os atos, mas procure por ajuda especializada. O psicólogo é importante neste processo e pode ser que o psiquiatra também precise auxiliar, caso os furtos façam parte de um contexto ainda mais grave.

• Como podemos ajudar nossos filhos a crescerem saudáveis, longe de comportamentos inadequados?

Pais! Sejam presentes na vida de seus filhos! Conheçam seus amigos, seus desejos, suas angústias. Saibam com quem andam, aonde vão, o que fazem na Internet. Ensinem seus filhos o valor de todas as coisas e não apenas seus preços (um pacotinho de bala pode ter o mesmo valor do que uma joia, por exemplo), sejam o exemplo para seus filhos, ensine-os a conquistarem tudo aquilo que desejarem, criem seus filhos com responsabilidade e moralidade, ensinem o que é o certo e o que é o errado, estejam ao lado de seus filhos para o que precisarem. Nem sempre a vida acontece da forma como sonhamos, mas caminhar lado a lado com nossos filhos nos darão, lá na frente, a certeza de dever cumprido frente à construção de pessoas melhores.

Uma criança não se torna um adulto “de bem”, da noite para o dia, sozinha. Ela precisa de alguém que lhe guie para o bom caminho.

Educar não é fácil! Educar, de verdade, exige comprometimento, responsabilidade e dedicação.

Às vezes a rota necessita de mais orientação e cuidado. E é nessa hora que a presença da família faz toda a diferença.

NOTA DA REDAÇÃO – Valeska Magierek  é Psicóloga pela UFSJ, com especialização em Neuropsicologia pela FUMEC e mestrado em Psicobiologia na Escola Paulista de Medicina (UNIFESP); atua há mais de 20 anos na área de Psicologia Infantil e Neuropsicologia; é Diretora Clínica do Centro AMA de Desenvolvimento em Barbacena. www.centroamadesenvolvimento.com.br.