Fúria das águas

A crônica de Francisco Santana

Eu me chamo Água, constituída de dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio – H2O. Sou abundante no Universo, inclusive na Terra, onde cubro grande parte de sua superfície. A minha densidade é de 997 kg/m³; ponto de ebulição: 100 °C; massa molar: 18, 01528 g/mol e meu ponto  de fusão é de 0 °C. Eu me apresento em três estados físicos: líquido onde sou encontrada nos rios, lagos e oceanos; sólido, nos cubos de gelo e visto nas regiões polares; gasoso, sou o vapor e constituo parte da atmosfera terrestre. 

Eu me vanglorio de ser um recurso natural essencial para a existência de vida na Terra. Fico feliz por agir assim. Você já percebeu que também estou presente no seu corpo? Sou a sua sobrevivência e de suma importância na produção agrícola. Minha característica é a passividade. Não sou afeito às desavenças e conflitos. Infelizmente, o ser humano perdeu o respeito por mim maculando e modificando a minha essência (H2O). Isso me irrita e quando me revolto, me culpam pelos meus atos. Eles misturam a minha fórmula com outros produtos químicos, me colocam num lamaçal de dejetos e obstruem o meu caminho com lixos de todas as espécies. É um desrespeito para comigo. Fora isso, eles constroem residências nas encostas de morros sem as devidas proteções e seguranças, ocupam moradias irregulares, constroem pontes sem técnicas e tudo isso me irrita.   

Todo ano no período das chuvas, percebo que as lições de anos anteriores não foram aprendidas e percebo que o ser humano continua errando e as lições não foram aprendidas. A minha paciência tem um limite e me irrito com os desleixos das pessoas e das autoridades que não tomam providências para coibir tais erros.  Se atitudes não forem tomadas sempre estarei presente provocando inundações, enchentes, alagamentos, desabamentos e transbordamento de córregos e rios. O período da seca é propício para estudos e realizações de obras para que tragédias não se repitam. 

Eu só reclamo por espaços livres para que eu possa me locomover sem pensar em devastações. Esse não é o meu intuito. Se alguém me bloqueia sou sábia o suficiente de jamais discutir com os obstáculos, eu os contorno ou vou levando tudo que encontro pela frente. Esta é a sabedoria da água que você deveria aprender e colocá-la em prática no seu dia a dia. Se alguém lhe bloquear as portas, as janelas ou quando alguém lhe ofender, ferir, irritar e frustrar, faça como eu, não discuta, contorne os obstáculos, continue vivendo e seguindo  o seu percurso. Nada de lamentações, chororôs e sofrimentos. A vida é bela, curta e você não vai se estressar com detalhes insignificantes. Ignore-os. A vida segue seu rumo e destino.    

Eu represento a parte líquida dos quatro elementos da natureza. Os outros são: a terra, parte sólida; o fogo, plasma que não é matéria, é energia e o ar, estado gasoso. A água lava a terra, apaga o fogo e deixa o ar rarefeito. Eu sou a bênção, a pureza, o batismo e, às vezes sou a lágrima que rola dos seus olhos de alegrias e tristezas. Esotericamente represento os signos de Câncer, Escorpião e Peixe que adoram os prazeres do corpo, a gula, o sexo e os bons espetáculos. São imprudentes porque amam as ilusões e festejam tudo por qualquer pretexto. 

Antes de lançar sua ira contra mim, reflita sem emoção e sinta quem é realmente o culpado desses prejuízos provocados por mim. Enquanto houver obstruções ilegais construídas pelos seres humanos lá estarei para lhe repreender com minha fúria avassaladora. A minha fúria é proporcional ao seu desleixo e irresponsabilidade. Pense nisso.  

 

Planeta Água (Guilherme Arantes)

Água que nasce na fonte
Serena do mundo
E que abre um profundo grotão

Água que faz inocente
Riacho e deságua
Na corrente do ribeirão

 

Águas escuras dos rios

Que levam
A fertilidade ao sertão

Águas que banham aldeias
E matam a sede da população

 

Águas que caem das pedras
No véu das cascatas
Ronco de trovão
E depois dormem tranqüilas
No leito dos lagos


Água dos igarapés
Onde Iara, a mãe d’água
É misteriosa canção
Água que o sol evapora
Pro céu vai embora
Virar nuvens de algodão

 

Gotas de água da chuva
Alegre arco-íris
Sobre a plantação
Gotas de água da chuva
Tão tristes, são lágrimas
Na inundação

 

Águas que movem moinhos
São as mesmas águas
Que encharcam o chão
E sempre voltam humildes
Pro fundo da terra
Terra! Planeta Água

 

Água que nasce na fonte
Serena do mundo
E que abre um
Profundo grotão
Água que faz inocente
Riacho e deságua
Na corrente do ribeirão

Águas escuras dos rios
Que levam a fertilidade ao sertão
Águas que banham aldeias
E matam a sede da população

 

Águas que movem moinhos
São as mesmas águas
Que encharcam o chão
E sempre voltam humildes
Pro fundo da terra

Terra! Planeta Água

 

(Fontes: Internet/ Musica Planeta Água/Guilherme Arantes/Wikipédia/Livro Maçonaria Mística)

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