Fechar agenda, escrever novo ano

Todo ano é a mesma coisa: dezembro começa numa corrida incessante e estressante para darmos conta de terminar os trabalhos, atingir as metas, por a cabeça em ordem, a casa em ordem, a vida em ordem, e ainda termos tempo para tantas confraternizações e celebrações. Parece que realmente a vida vai acabar no dia 31 e começar tudo novo no dia 1º de janeiro. Parece que um clique ou um estalo vai fazer com que a vida mude, algo mude ao fechar o ano. Parece que a gente já entra em dezembro desejando que isso aconteça: fechar o ano, mudar a vida.

Numa conversa acerca deste assunto com minha terapeuta, eu falava que é ilusória a ideia de que tudo vai mudar e será novo, não existe isso de “fechar o ano, mudar a vida”, que não existe um clique ou um estalo. E ela me desconcertou: sim, existe a necessidade de irmos até o finalzinho do dia 31 de dezembro, de fecharmos a agenda naquele momento, de lermos até a última linha do ano e tudo o que foi feito e o que não foi vivido. E sim, há um clique ou um estalo no virar das horas, do instante inicial do primeiro dia do ano novo. Ali, a gente também renasce e com isso, nossas esperanças, nossas metas, nossas possibilidades e oportunidades. Sim! Há um estalo não externo, não com os fogos de artifício, mas dentro da gente, do coração e dos sentimentos, que nos fazem olhar a vida como um renascer.

Hoje já são 7 de janeiro de 2019. O ano já se iniciou para muitos, pois o trabalho não dá descanso, enquanto outros curtem férias. De qualquer forma, a vida se inicia a cada dia e penso que o iniciar deste ano foi de se permitir viver novas oportunidades, de se buscar algo novo e diferente do que se vivia antes. Viver o novo, fazer algo novo (sem nenhum trocadilho político!!!!) e ser você mesmo a novidade de cada dia.

Débora Ireno Dias

janeiro de 2019